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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O tipo de professor que a igreja atual precisa

Não haverá uma nova safra de crentes se não houver uma nova classe de professores da Escola Dominical! Não se pode imaginar um futuro para a igreja sem educadores. Muitos acreditam que o professor da Escola Dominical é dispensável. E de fato o é, mas de qual docente estamos falando?

Certos professores são dispensáveis, assim como certos pregadores também o são. É claro que assim como não posso generalizar o último também não devo fazê-lo em relação ao primeiro. A falácia de que os professores dominicais são desnecessários à igreja é uma tentativa malsã de, parafraseando Paulo Freire, “retirar a boniteza do sonho de ser professor de tantos jovens cristãos nesse Brasil”.

Em um país que ideologicamente aprendeu a escamotear e a desvalorizar o professor, não ignoro que muitos líderes cristãos também desprezem esse importante e insubstituível ofício na igreja. Nalgumas vezes, eles parecem ter razão. Alguns docentes há muito deveriam ter pendurado a batuta:
  • Ainda continuam lendo integralmente a revista da Escola Dominical;
  • Não usam qualquer tipo de método;
  • São incapazes de comentar com profundidade teológica o tema da lição;
  • Reclamam que o assunto é repetido;
  • Além de se colocarem nos holofotes de seus cargos eclesiásticos.

Sim, esse é o perfil do professor desnecessário, substituível, que não quero para a igreja deste novo milênio. Tal ensinante é inútil à renovação da igreja.
Ele é:
  • Monocultural, como afirma Luiza Cortesão [1], incapaz de abrir-se ao novo, à renovação;
  • Taciturno, perdeu a alegria de ensinar e, por pouco, não perde a satisfação de viver.
  • Dogmático, protege os erros teológicos do sistema para preservar sua própria posição na denominação
  • Iludido, pensa estar cumprindo os propósitos do Reino de Deus. Na verdade, ele se colocou na porta da EBD e não permite que ninguém mais a atravesse.
  • Resistente, não admite qualquer mudança de paradigma na educação cristã, embora ele mesmo não saiba explicar suas práticas de ensino-aprendizagem.
Não resta dúvida, essa classe de professor perdeu o rumo, o telos, o sentido daquilo que faz e não consegue uma resposta às perguntas: por que ensino? por que sou professor?

Entendo que professores renovados produzirão uma igreja viva e saudável. Livre das enfermidades da religião, que nada mais são do que fábricas de parasitas e cruzados, esses educadores resgatariam toda riqueza que o carisma e o ofício de mestre possuem.

Mas para que isso ocorra, urge uma profunda mudança (metanóia) nos paradigmas educacionais que sustentam, à quase cem anos, a educação dominical. A Formação dos professores dominicais nas Assembleias de Deus no Brasil pouco mudou desde as cruzadas incansáveis de nosso paladino e mestre, Pr. Antonio Gilberto. O árduo trabalho desenvolvido por ele e sua equipe em todo Brasil melhoraram quantitativa e qualitativamente o perfil do professor das Assembleias de Deus.

A nossa denominação pode e deve se orgulhar de sua marcha incansável, e dos heróis e heroínas que se ofereceram como libação a favor de uma igreja madura e comprometida com o Reino de Deus.

Todavia, não podemos viver relembrando as glórias do passado se nos esquecemos dos desafios do presente e inquietações do futuro. O mundo mudou! Não é mais o monobloco de antigamente. E, isto, companheiros (as) exige uma nova classe de professores, um novo paradigma educacional, e uma nova forma de lidar com os desafios da modernidade líquida.

Notas
[1] CORTESÃO.L. Ser professor: um ofício em risco de extinção. São Paulo: Cortez, 2002.
[2] FREIRE, P. Educação e mudança. 31.ed., São Paulo: Paz e Terra, 2008.

Postou Wallace, do blog Desafiando Limites!


     
"Não desista de seus sonhos"

Tudo posso naquele que me fortalece - Fp 4.13



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5 comentários:

  1. É verdade precisa de pessoas que assumam seu chamado,e honrem a Deus com todo o seu melhor,evangelizando com satisfação e um certa discontração,ensinar a louvar,ensinar a palavra,e interpretar junto ao grupo a lição tratada,para que todos possam se interessar e aprender realmente os caminhos da santidade!
    Gostei muito daqui!♥
    http://blognaosoudomundonao.blogspot.com/

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  2. A escola biblica dominical é e sempre será o meio de doutrinar a Igreja. E deve ser valorizada mais do nunca nesses anos de escuridão e sincretismo religioso. Os professores com chamadas e aptidão para a pedagogia cristã devem preparar-se com todos os métodos pedagógicos. Para transmitir com eficácia a Palavra de Deus a seus alunos,isso traz satisfação e desejo de aprender mais e livrará os alunos e a Igreja dos sofismas da presente era.

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  3. Caro pastor Esdras,parabenizo-o pr tão importante artigo,sobre o tipo de professor que a igreja precisa.Tenho me preocupado,com nossa situação,no interior do Brasil onde estamos longe de tudo e muitas veses,temos que nos virar sem os recursos, que tão importante tarefa requer.Corremos o risco, de ter-mos uma geração de crentes deformados,e para piorar,essa avalanchede pregadores,de um evangelho estranho.Deus tenha misericordia de nós.Gd. abraço,PR. Orlando

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  4. Caro Esdras,

    Estamos precisando ouvir estas verdades. A EBD continua sendo o celeiro de obreiros e maturidade cristã. O que vemos também são pessoas que querem ensinar sem nenhuma metodologia educativa. Não sustentam o que ensinam, pois muitas vezes ensinam relaxadamente. O pior que tenho observado, são irmãos queridos falando descontextualizado ou achando que sua realidade eclesiástico é a e todo o mundo. Há aqueles ensinando o que sempre tem ensinado, pois está desatualizado ou descuidou do estudo da palavra.

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  5. Gostei muito desse texto, irmão Esdras. Aliás me veio a cabeça enquanto lia em como a função do professor, sobretudo nos dias de hoje com tantos problemas de teologia, tem tanto a ver com a função do profeta do Antigo testamento. Não a toa existia a chamada escola de profetas de Israel. E sabendo q o profeta do AT atuava educando o povo, levando ao conhecimento do temor e amor de Deus, ao desenvolvimento comunitário, a luta contra as injustiças sociais o professor deveria pensar mais nessas coisas em levar a teologia à prática. Levar os temas atuais, as necessidades do contexto em que a igreja local está inserida e qual o papel da igreja frente a essas necessidades para que o Reino se estabeleça assim na terra como é no céu. Diz o Senhor pela boca do educador profeta Oséas: "Meu povo é destruído por falta de conhecimento".(Oséas em 4:6 (NIV))

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Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios - Salmos 90.12.

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