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domingo, 22 de junho de 2014

Português com o professor Tavares: Usando o pronome adequado



A norma culta da língua faz exigências quanto ao emprego dos pronomes pessoais oblíquos (átonos ou tônicos; consulte tabela numa gramática). Esses pronomes exercem, basicamente, a função de complemento do sentido de um verbo, ou seja, podem funcionar como objeto direto ou indireto (questão pertinente à regência verbal). O pronome “lhe” jamais funcionará como objeto direto.



OBJETO DIRETO: Complemento do verbo, sem preposição. Exemplo: Comprei > laranjas.

OBJETO INDIRETO: Complemento com preposição necessária. Exemplo: Gosto>de>laranjas.

Então, não use o pronome “lhe” como complemento de verbos que pedem objeto direto.

Observe as seguintes formas inadequadas:

Eu lhe amo. Verbo amar pede O.D. Corrija para: Eu a amo/Eu o amo.

Vim lhe ver. Verbo ver pede O.D. Corrija para: Vim vê-lo/Vim vê-la.

Quero lhe cumprimentar. Verbo cumprimentar pede O.D. Corrija para: Quero cumprimentá-lo.

Assim acontece com os verbos: pagar (um débito); perdoar (um erro); namorar (uma pessoa)  

beijar, abraçar, entre outros.

Obs.: A norma culta não admite a forma “ namorar com...” Evite a preposição; namore alguém!

O pronome “lhe” será objeto indireto com os seguintes verbos:

Obedecer = obedeço-lhe; pagar (a uma pessoa) = pago-lhe; perdoar (a uma pessoa) perdôo-lhe. Há verbos que exigem os dois complementos (O.D.+O.I.). Nestes casos, é necessário cuidado, pois não se acumulam dois complementos de mesma função. Veja os exemplos:

Entreguei-lhe os presentes/Entreguei-o ao aluno.

                  O.I,        O.D                          O.D.    O.I.

Avisei- os do problema. / Avisei- lhes o problema.

            O.D.         O.I.                        O.I.        O.D.

Como você viu, um será objeto direto; outro objeto indireto (lhe).

Se achar difícil, estude! Enquanto isso, evite o uso do “lhe”, para não fazer feio!

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E vamos aproveitar o espaço para dar mais dicas práticas sobre o correto uso da língua.


A) Nossa língua: erros:
1. Tenho "certeza que" ele falará. 
2. Quanto "custou" esses projetos?
3. "Com nós" ninguém falou.
4. Vossa Excelência "podeis" contar comigo.

Nossa língua: acertos:
1. Tenho "certeza de que" ele falará. 
2. Quanto "custaram" esses projetos?
3. "Conosco" ninguém falou.
4. Vossa Excelência "pode" contar comigo.


B) Nossa língua: erros:
1. "Mantei" a calma, senhores!
2. A mulher "entretia" as crianças.
3. Se você "pôr" a mão, ajudará.
4. Quando você "ver" isso, ficará arrepiado.

Nossa língua: acertos: 
1. "Mantende" a calma, senhores!
2. A mulher "entretinha" as crianças.
3. Se você "puser" a mão, ajudará.
4. Quando você "vir" isso, ficará arrepiado.


C) Nossa língua: erros:
1. Ali "haviam" muitos problemas.
2. Se ele "manter" a proposta; aceito.
3. Na aula, "tinha" dez alunos.
4. Quero que você "esteje" aqui.

Nossa língua: acertos:
1. Ali "havia" muitos problemas.
2. Se ele "mantiver" a proposta; aceito.
3. Na aula, "havia" dez alunos.
4. Quero que você "esteja" aqui.


D) Nossa língua: erros:
1. Nesse calor, as pessoas "soam" muito.
2. É "mais" preferível ouvir "do que" falar.
3. Isso me dá "muita" dó. 
4. "O alface" dá sono.

Nossa língua: acertos:
1. Nesse calor, as pessoas "suam" muito.
2. É "preferível ouvir a falar".
3. Isso me dá "muito" dó. 
4. "A alface" dá sono.




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