por Valmir Nascimento
Pois então. Depois do resultado do primeiro turno das eleições presidenciais (jogando para o segundo turno a disputa) uma certa polêmica emergiu: a influência da religião na política. É que como ficou evidente, a candidata do PT Dilma Roussef viu escorregar pelos seus dedos o sonho de sagrar-se vencedora já no dia 03 de outubro, em razão de um bombardeio acerca do seu posicionamento sobre o aborto, graças às denúncias feitas pelos chamados “religiosos”.
Como não era para ser diferente, um monte de idiotas instruídos estão agora a questionar a influência da religião na política, como se fosse um tiro na democracia. É o caso da antropóloga Débora Diniz que, em entrevista à Coluna 7×7 de Época, dispara contra a influência da religião nestas eleições e questiona o aborto como tema primordial.
Débora Diniz representa muito bem o relativismo moral que impera hoje nos círculos educacionais, resultado de uma pós-modernidade frágil e que faz de conta que defende os direitos humanos.
Primeiro, o pragmatismo que ela advoga sobre o aborto é algo terrível. Imaginar que a discussão sobre o assunto é somente uma questão de saúde pública, é fazer tábula rasa do valor da própria vida. Isso porque, antes da discussão dos aspectos da saúde pública, a vida (do feto) deve ser defendida em primeiro plano. Querer descriminalizar o aborto simplesmente porque aquelas que se submetem às cirurgias em hospitais clandestinos correm risco de vida é - em verdade - uma forma de remover o ponto de discussão. Ora, a grande maioria das mulheres que se submetem ao aborto são na verdade adolescentes, que praticaram sexo irresponsável e não querem arcar com “as consequências” de criar um filho. Portanto, se se estão preocupados com os riscos das cirurgias clandestinas porque não propõem campanhas de conscientização sobre a própria sexualidade, de forma a ser evitar tanto os abortos bem como os “filhos indesejados”, que crescem sem estrutura familiar.
Aliás, causa-me medo a declaração da entrevistada ao dizer que: “O risco não está no aborto como um ato médico, mas na ilegalidade do aborto. Elas passam a ser criminosas por resistirem à imposição do Estado em serem mães contra a vontade”. Como assim, mães contra a vontade? A pessoa foi lá, praticou o sexo irresponsável e não quer ser mãe contra a sua vontade? E o que me dizem do feto ser morto sem a sua própria vontade? (lembremos que o aborto fruto de gravidez de estrupro não é crime – art. 128, II, CP).
Segundo, a afirmação de que “não é o tema do aborto e a saúde das mulheres o que está sendo discutido, mas se as plataformas religiosas devem regular ou não a sexualidade e a reprodução das mulheres” é, pra mim, uma tentativa clara de recusar a manifestação pública dos chamados “religiosos”. Ora, Estado laico não é Estado antiteísta. Desse modo, a manifestação dos religosos, assim como dos ateus, agnósticos e/ou céticos é algo que não deve ser relegado, até porque, em uma democracia, todos têm o direito de manifestar o seu pensamento. Do contrário, voltaremos aos tempos antigos…. Pior do que a imposição de uma maioria, é a ditadura de uma minoria…
Asneiras idênticas foram ditas por Ruth Aquino.
A revista Época também traz nessa semana como matéria de capa o título “Deus entrou na eleição”, em que debate sobre esse mesmo tema. Eis um trecho da reportagem:
“Agora, atônito, o mundo político discute que tipo de efeito a discussão sobre valores religiosos terá sobre a votação de 31 de outubro. E como ela afetará o Brasil no futuro. Tradicionalmente, o cenário político brasileiro tem sido dominado por temas de fundo econômico – como inflação, desemprego, previdência e salário mínimo – ou social – como pobreza, segurança, educação e saúde. Mas a elevação do padrão de vida dos pobres e a superação das necessidades elementares de sobrevivência podem ter começado a abrir espaço para aquilo que, em democracias mais maduras, é conhecido como “agenda de valores”. Ela reúne temas como fé, aborto, eutanásia, ensino religioso, casamento entre homossexuais ou pesquisas com manipulação genética. “Ninguém mais vai se eleger para um cargo executivo facilmente com um programa que prevê a legalização do aborto”, afirma Ary Oro, estudioso de religião e política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “É impossível ignorar a força numérica, demográfica e eleitoral da religião.”
De fato, o que se percebe neste momento não é simplesmente a influência da religião na política, mas sim um debate mais maduro, com temas que envolvem fé, aborto, eutanásia, ensino religioso, casamento entre homossexuais ou pesquisas com manipulação genética. Ora, nas eleições presidenciais anteriores o Brasil nunca discutiu nada. O ponto mais importante sempre foi o carisma do candidato. E agora, quando se elege temas como esses estão querendo mudar o foco da discussão?
Ah. Façam-me o favor.
Dona Dilma tá tentando se esquivar daquilo que sempre defendeu: ser favorável ao aborto. Quero ver até onde vai a sua habilidade de desmentir o passado e mudar os registros da história.
Poderiam informar-se melhor antes de postar:
ResponderExcluirPrimeiro, sobre as verdadeiras declarações de Dilma sobre aborto e sobre o que fou uma "corrente" distribuída internet afora para "informar" incautos;
Segundo e não menos importante, por acaso pesquisaram qual foi a ação de Serra quando Ministro da Saúde, em relação ao aborto? Procurem no Google certo ato de Serra sobre o assunto e depois concluam se seu texto traz a verdade ou uma visão "Globo/Veja".
Eu entendo e respeito a indignação do Valmir. Mas um milhão de abortos ocorrem no Brasil todos os anos, a grande maioria feita por conta própria, por métodos grosseiros ou por mãos despreparadas e/ou inescrupulosas. A maior parte são mulheres pobres, algumas quase crianças, sem condições de criar um filho. Se o aborto fosse discriminalizado, poderia ser criado um conselho que tentasse demover a mulher(ou adolescente) de executá-lo; poderia ser criado um sistema de assistência que garantisse vida digna para esse filho, caso a mãe concordasse em tê-lo enquanto a mãe não tivesse condições econômicas de criá-lo. Seria também combatida essa rede ilegal que prospera às custas do aborto clandestino. Haveria também uma redução considerável no número de mulheres internadas no SUS por complicações devido a esses abortos (atualmente são mais de duzentas mil por ano). E se fosse criado um sistema público de detecção rápida e precoce da gravidez, caso a mulher (ou adolescente) decidisse pelo aborto, ele poderia ocorrer mais cedo, com menos sofrimento para o feto (é terrível se pensar assim, mas é a realidade dos fatos; quando a mulher resolve ou é convencida a executar o aborto, é quase impossível impedir, principalmente porque hoje em dia ele é feito às escondidas). È necessário termos a mente e o coração abertos nesta questão. Não basta julgarmos e lavarmos as mãos, assim penso eu, com todo o meu respeito à posição religiosa e moral das pessoas e igrejas.
ResponderExcluirPrezados (as) lideranças e demais irmãos comentaristas e escritores da (UBE), é uma alegria ter conhecido esse espaço democrático onde posso de forma responsável interagir sobre assuntos diversos.
ResponderExcluirDe início encontrei essa matéria escrita por Valdir Nascimento, que com suas observações ‘oxigenou mais meu celebro’ no sentido da importância de se fazer um fórum de discussão para se debater temas de tão grande relevância, principalmente para nós cristãos, sendo até oportuno para se falar da nossa regra de fé e prática que o senhor Jesus deixou para que possamos viver com melhor qualidade de vida, até por que colhemos sempre aquilo que plantamos.
Acredito que seja também oportuno, a ênfase de que é muito mais salutar e preventivo para nós seres humano seguirmos a legislação divinamente inspiradas por Deus, porque sendo Ele o criador sabe o que é melhor para sua própria criação.
Agora, sinceramente sem hipocrisia, diante de tantas denúncias, crimes de corrupções, escândalos junto com as impunidades estampando páginas da mídia todos os dias fica muito difícil se acreditar que alguém avance essa barreira desse sistema que faz com que ‘as mesmas promessas de décadas se repitam hoje da mesma forma’, eleito (a) vocês vão ter a saúde, a educação funcionando maravilhosamente bem, com médicos e professores motivados trabalhando com salários dignos, atendendo bem os pacientes e os alunos avançando no conhecimento secular. Um Abraço a todos Aluizio Araujo
Esse lero-lero de hum milhão de abortos está cansativo, qualquer um chuta números oficias e fica tudo bem? Se existem um milhão de mulheres grávidas que mataram seus filhos e jogaram na lata do lixo, existiram um milhão de homens que não merecem ser chamados de homens, pois são covardes incapazes de assumir uma paternidade, de dar um lar a um filho ou uma filha, e que preferiram se omitir quanto a suas responsabilidades. E querem dizer que esta pe uma questão de "saúde pública" ? Gravidez não é doença, e muito menos é contagiosa. Existem projetos tramitando no concgresso que liberam a prática do aborto com até 9 meses de gestação, sem que haja necessidade de justificar o ato, pois querem que seja "um direito da mulher sobre o corpo". ISto é uma barbaridade, e uma hipocrisia dos que desejam ter um sociedade irreponável e mergulhada na promiscuidade sexual. Não meus irmão, o aborto não é um caso de saúde pública, é um caso de enfermidade moral.
ResponderExcluirE nós somos participantes desta chaga, pois temos sido omissos em nossa missão de sermos luz para este mundo.
Wellington Leal
Quanta discórdia e confusão. Não vou defender nenhum candidato, nem mesmo citar o nome deles. Só que não posso deixar de registrar o que vi e estou vendo, com certa indignação.
ResponderExcluirVi irmãos votando no Partido Verde que é um partido mundial que defende nos países que ele existe, o homossexualismo, a liberação do uso de drogas e o aborto.
Vejo irmãos com a mesma intensão de voto no candidato da Globo e Editora Abril, representada pela revista Veja. Estamos do mesmo lado deles? É muita contradição.
Para concluir, um texto para reflexão.
"Talvez a arma mais poderosa de satanás na sua guerra contra a Igreja seja exatamente o erro religioso (Efésios 6:10-20). Talvez não haja uma arma mais eficaz do que esta: difundir o erro de tal forma que as pessoas fiquem confusas e, assim, a verdade do Evangelho e o progresso da Igreja seja obstaculado.
Vemos no texto de Efésios que o apóstolo Paulo nos adverte a estarmos prontos porque nós temos de lidar com um adversário astuto, muito mais poderoso do que nós e que emprega ciladas sutis, armadilhas espertas, disfarçadas. Creio que uma das mais eficazes ciladas que ele usa neste combate contra a Igreja é exatamente difundir o erro religioso em meio à Igreja para confundir as pessoas e para afastá-las da verdade de Deus. As heresias, o erro teológico têm sido usados pelo diabo contra a Igreja de Cristo desde que a Igreja nasceu. Ele tem afetado a Igreja e os crentes através da história."
Um abraço e estejam com Deus
Dilma jamais foi a favor do aborto. Na mesma entrevista ela se diz contra o aborto, enquanto mulher. Infelizmente só exibiram e só destacaram uma parte.
ResponderExcluirNão se pode deixar de considerar ainda que violência maior é o desemprego que leva a miséria e ao desespero. Serra representa a volta desse desemprego, dessa falta de perspectiva para os jovens. Quem vivenciou os dois governos sabem que os tucanos deixaram uma herança maldita:inflação de 12,5%, salário mínimo irrisório, desemprego, juros (SELIC) a 25% e o país sem credibilidade, tendo que pedir 30 bilhões emprestado.
Ainda que Dilma fosse a favor do aborto, jamais conseguiria aprová-lo no Congresso, seria muita pressão para cada deputado e senador suportar e carregar por todas as eleições.
Portanto,vamos escolher bem, com racionalidade, sem usar a palavra e o nome de Deus em vão.
Prezados(as) irmão(ãs) em Cristo!
ResponderExcluirApenas um comentário, aborto é a interrupção de uma vida indefesa, mais nada! Não pode ser aprovado em caso nenhum, conheço uma pessoa com 53 anos que no dia do seu aniversário falou, "quero agradecer a todos pela presença e dizer que a 53 anos atrás minha mãe foi estrupada e hoje estou aqui, viva e feliz, e ai, já pensou se a lei fosse aprovada na época? Ela estaria comemorando a vida? Ora ora, pelo amor de Deus, a gente não deve votar jamais em nenhum projeto que afete não só a nós mas a nenhum ser vivo neste planeta, seja animal, vegetal ou humano. Quando escuto este tipo de coisa vejo que realmente o fim está próximo. A nossa resposta para esta falsidade de ambas as partes tem que estar nas urnas, agora dia 31.
Que a paz esteja com vocês!