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| Nagasaki: Estátua da Paz, do artista Seibou Kitamura, na Praça da Paz, local do epicentro da explosão nuclear. |
Por Cintia Kaneshigue
escrevendo no Japão exclusivamente ao UBE Blogs
Passados três dias, após a primeira bomba explodir sobre a cidade de Hiroshima, uma segunda é lançada para destruir Nagasaki, a cidade japonesa situada à costa ocidental de Kyushu. Era maior e recebeu o nome Fat Boy (menino gordo).
Aquela região possuía um dos maiores e mais importantes portos de mar ao sul do Japão, sendo, então, de grande importância em tempo de guerra devido à sua abrangente atividade industrial, incluindo a produção de canhões e munições, navios, equipamentos militares e outros materiais de guerra.
Enquanto a bomba que explodiu em Hiroshima utilizava urânio, a de Nagasaki possuía a engenharia que fazia uso de plutónio e o processo era de implosão. Era mais potente. Mas, mesmo assim, devido às características de Nagasaki, o efeito foi menos devastador do que em Hiroshima. Em tese, Hiroshima recebeu duas bombas, pois as montanhas ao seu redor devolveram a onda de calor intenso. No entanto, a explosão nuclear em Nagasaki provocou a morte de 70 mil pessoas.Em 9 de Agosto de 1945, às 11h03 - entre os destroços, milhares de relógios encontrados marcavam este horário - o The Great Artiste pilotado pelo Capitão Frederick C. Bock largou instrumentação amarrada a três paraquedas. Calcula-se que a energia liberada por ela seja equivalente a 21 mil toneladas de TNT. Naquele momento, 240 mil habitantes estavam na cidade
Não era para ser Nagasaki, o alvo principal do bombardeiro era a cidade de Kokura. Mas sem combustível suficiente e com pouca visibilidade, Nagasaki foi a segunda opção para padecer horrendamente.
As fotografias de Yosuke Yamahata.
Em 10 de Agosto de 1945, o dia depois dos ataques à Nagasaki, Yosuke Yamahata, começou a fotografar a devastação. A cidade estava morta. Ele caminhou através da escuridão das ruinas e corpos mortos por horas. Mais tarde, ele fez as suas últimas fotos próximas à estação médica, ao norte da cidade. Em um único dia, ele completou o único registro fotográfico logo após as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki.
“Um vento quente começou a soprar" – ele escreveu depois – "Aqui e lá a uma distância eu vi muitos incêndios. Nagasaki foi completamente destruída".
"Depois de termos andado cerca de um quilômetro, paramos numa pequena ponte de pedra. (...). Uma mãe tinha uma criança deitada num berço e pedia socorro. 'Por favor, tragam um médico, um médico, por favor, rápido. ' Provavelmente ela estava ali, ferida, há mais de dez horas. Pouco podíamos fazer. Não tínhamos meios para ajudá-la, exceto dar-lhe conforto e coragem. A criança, sem qualquer dúvida, respirava com dificuldade e morria nos seus braços.
A aparência da cidade variava de local para local. Aqui, instantaneamente, a explosão e os incêndios reduziram a cidade em uma área de aproximadamente quatro quilômetros de cinzas. Equipes de socorro, médicos e bombeiros, nada podiam fazer a não ser esperar. Só alguém que tivesse imensa sorte em estar num local bem abrigado é que poderia ter sobrevivido. Mesmo que as equipes médicas e os bombeiros das cidades vizinhas pudessem aproximar-se, as estradas estavam completamente bloqueadas de entulho e madeira queimada. Por outro lado, não faziam ideia onde se encontravam as principais fontes de água, o que tornava impossível apagar os incêndios.
Não havia serviços de telefone e telégrafo. As equipes não podiam contatar o exterior para pedir ajuda. Na verdade, era o inferno na terra.
No tocante a bomba atômica, também houve um ataque direto contra os cristãos. Nagasaki era o centro do catolicismo japonês.
Desde quando o cristianismo chegou ao Japão, ele vem sendo atacado de todas as formas para que não cresça. Há muitas histórias de mártires cristãos japoneses entre 1550 e 1630. Houve muita repressão por religiosos budistas contra o cristianismo.
Diante de todos as oposições, a fé cristã sobreviveu. É verdade que até os dias atuais o número de cristãos no Japão não é significativo, mas é uma grande vitória ter sobrevivido. Apesar do número pequeno, hoje em dia existem habitantes denominados cristãos no Japão. Cristãos católicos e protestantes.
Mesmo com toda a brutalidade do ataque inimigo contra o cristianismo, este cresce, em números e estatísticas neste país. Ainda representamos 2% da população, mas a contar o que já sofreram os primeiros cristãos aqui, é uma grande vitória, a luz de Cristo não se apagou no Japão, motivo de nossa esperança por avivamento neste lugar.
"Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto" - João 12.24.
Cintia Kaneshigue
Fonte: Hiroshima Como Você Nunca Viu Portal São Francisco Mirada Global
A aparência da cidade variava de local para local. Aqui, instantaneamente, a explosão e os incêndios reduziram a cidade em uma área de aproximadamente quatro quilômetros de cinzas. Equipes de socorro, médicos e bombeiros, nada podiam fazer a não ser esperar. Só alguém que tivesse imensa sorte em estar num local bem abrigado é que poderia ter sobrevivido. Mesmo que as equipes médicas e os bombeiros das cidades vizinhas pudessem aproximar-se, as estradas estavam completamente bloqueadas de entulho e madeira queimada. Por outro lado, não faziam ideia onde se encontravam as principais fontes de água, o que tornava impossível apagar os incêndios.
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| Yosuke Yamahata |
Os que sobreviveram tinham os olhos queimados devido às intensas radiações e queimaduras na pele e vagueavam a espera de ajuda."
Yamahata foi diagnosticado com câncer em estágio terminal, causado pelos efeitos da radiação recebida em Nagasaki em 1945. Ele morreu no dia 18 de Abril de 1966, e foi enterrado no Tama Cemitery em Tóquio
A tentativa de apagar a chama cristã
A tentativa de apagar a chama cristã
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| Kami, caracter japonês para Deus |
Desde quando o cristianismo chegou ao Japão, ele vem sendo atacado de todas as formas para que não cresça. Há muitas histórias de mártires cristãos japoneses entre 1550 e 1630. Houve muita repressão por religiosos budistas contra o cristianismo.
Diante de todos as oposições, a fé cristã sobreviveu. É verdade que até os dias atuais o número de cristãos no Japão não é significativo, mas é uma grande vitória ter sobrevivido. Apesar do número pequeno, hoje em dia existem habitantes denominados cristãos no Japão. Cristãos católicos e protestantes.
Mesmo com toda a brutalidade do ataque inimigo contra o cristianismo, este cresce, em números e estatísticas neste país. Ainda representamos 2% da população, mas a contar o que já sofreram os primeiros cristãos aqui, é uma grande vitória, a luz de Cristo não se apagou no Japão, motivo de nossa esperança por avivamento neste lugar.
"Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto" - João 12.24.
Cintia Kaneshigue
Fonte: Hiroshima Como Você Nunca Viu Portal São Francisco Mirada Global




seu relato me fez ver esse bombardeio com outros olhos... um desastre sem precedentes e sem justificativa.
ResponderExcluirparabéns, Cíntia, pelo relato emocionante e esclarecedor.
abs, apz.
Tô atrasada na campanha?
ResponderExcluir"Estou participando da Campanha Siga e Seja Seguido da UBE blogs! Estou seguindo seu blog, siga o meu:juventudeiba.blogspot.com e espacobabyiba.blogspot.com
Grande beijo ! #followback"
Wallace estou atrasada no reply... Rss normal!! Este ano eu dei uma atencao especial aos programas que relembram a guerra, e fiquei impressionada com tudo o que vi, parecia que eu nunca havia estudado nada sobre o assunto. A II Guerra aqui na Ásia com certeza nao foi exposta para o mundo como deveria.
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