Cuidado com o excesso de estrume em sua vida!
Primeiro
dia do ano de 2012, fui dar uma saída para espairecer – também
conhecido por desanuviar, desestressar, etc. Andando pelo bairro novo
(quer dizer: novo para mim, porque é quase mais velho do que eu…
risos), fui visitar uma feira livre com minha esposa. Próximo a uma
banca de frutas e verduras, vimos na cerca um planta de rama (estilo
trepadeira) e ficamos admirando sua viçosidade sem conseguirmos
identificar, todavia, o que era. Era chuchu? Era maracujá? Era bucha?
Não sabíamos.
Quando compramos e pagamos as frutas e verduras na banca, perguntei à dona: “Que planta bonita aquela, mas é um pé de quê?“, ao que ela nos respondeu: “É chuchu, mas ele não está dando frutos porque colocaram adubo de galinha demais“.
Como assim? pensei eu. A resposta: É que as sementes foram lançadas ao
pé da cerca, onde havia muito adubo para pouca planta. O que
aconteceu? O pé de chuchu aproveitou todo aquele húmus para crescer e
ramificar, mas não produziu fruto algum. Era só folhas, bonitas, mas… apenas folhas.
Isso me lembra um fato conhecido, senão observe:
Vendo à distância uma figueira com folhas, foi ver se encontraria nela algum fruto. Aproximando-se dela, nada encontrou, a não ser folhas, porque não era tempo de figos. Então lhe disse: “Ninguém mais coma de seu fruto“. E os seus discípulos ouviram-no dizer isso. [...] De manhã, ao passarem, viram a figueira seca desde as raízes.
Que lições eu aprendo com isso? Várias, e convido você a verificar se aprendi corretamente ou estou inventando coisas. #follow_me
Facilidade demais atrapalha
Aquela
planta não teve dificuldades para encontrar tudo o que precisava para
crescer, estava tudo ali à mão… quer dizer, às raízes (risos). Não
precisou fazer qualquer esforço. Isso pode significar que suas raízes
não cresceram além dos limites do adubo em volta dela. Não se
expandiram, não se aprofundaram e não se robusteceram pela ausência de
dificuldades. Isso pode ter sido a causa de sua improdutividade. Mas,
que lição isso nos ensina?
Primeira:
as dificuldades não são tão ruins como pensamos, porque elas nos
obrigam a procurar formas de contorná-la e de crescermos além de nossos
limites que quiseram nos impor. Eu conheço muitos casos de pessoas
cercadas de facilidades que frustraram as expectativas de que eles
produzissem algo relevante. Você deve conhecer também, não é mesmo?
Segunda:
as facilidades acabam por nos privar de querer conhecer algo novo,
fora das fronteiras que estamos acostumados a viver. Eu posso me
lembrar sem muito esforço das grandes dificuldades que passei em um
passado não muito distante, e das vezes em que empreendia uma
verdadeira viagem para tentar achar solução para meus problemas. Às
vezes, eu apenas queria sair daquele ambiente que me oprimia e
deprimia. Não, essas saídas não foram a saída que eu esperava,
mas conheci novos lugares, novas pessoas, fiz novas amizades e voltei
mais animado, mais encorajado e mais aliviado.
Terceira:
as dificuldades nos obrigam a conhecer melhor e de forma mais profunda
nossos limites, nossas fraquezas e também nosso potencial de virar o
jogo a nosso favor. Ao me lembrar de minhas experiências passadas, quando as dificuldades eram uma constante e que pareciam verdadeiras barreiras intransponíveis, que ameaçavam a realização de meus sonhos e projetos, eu descobri que era necessário parar e refletir um pouco sobre o que poderia e deveria ser feito para mudar aquele quadro deprimente.
A dificuldade nos obriga a sair do comodismo, do lugar de conforto ou, nas palavras de um grande amigo, “são
espinhos colocados em nosso ninho, que nos fazem sair do comodismo e
nos lançarmos aos ares, para ganharmos o céu e vivermos novas
experiências além do horizonte de nossa imaginação“. Se você está
passando por dificuldades, é interessante ver como esses problemas podem
estar embutindo ou escondendo a saída para sua crise. Às vezes, basta
apenas um pouco de boa vontade e reflexão crítica para descobrirmos a
saída do labirinto em que nos metemos.
Aparência não é o mesmo que Essência
Confesso:
acho que aquele era o pé de chuchu mais bonito que já tinha visto ou
que me lembre de ter visto. Mas, que eu saiba, chuchu não é planta
ornamental. Por mais belo que seja um pé de chuchu, se ele não produz
fruto, ele de pouco ou nada serve. Você conhece alguma exposição de
plantas ornamentais, que exponha azaléias, amélias, margaridas,
violetas ou orquídeas e tenha um espaço reservado para… chuchu?
Nesta época de Big Broster e Penico da TV,
onde a aparência é mais valorizada do que a essência, nunca é demais
lembrar que certas coisas nunca mudam, e a aparência nunca substituirá a
essência. Sabe aquele velho ditado “beleza não põe mesa“? Pois é, eu fiquei matutando horrores de tempo para tentar entender o que isso queria dizer… #matuto
Mas, hoje, casado (e bem casado, por sinal), isso se tornou trivial de entender. Se beleza pusesse mesa, modelos e atrizes não se separariam, capice? Aquele
pé de chuchu tinha de sobra o que muitos não tinham: beleza. Todavia,
naquilo que realmente interessava (frutos), ele tinha de falta.
Estou
me recordando agora de um fato de minha longínqua juventude, quase
adolescência, lá pelos idos do século passado (risos). Quando eu entrei
no segundo grau – hoje ensino médio -, logo na primeira semana de
aula, fomos fazer os testes biométricos. Era somente para medir a
altura, registrar peso, essas coisas. Naquela ocasião, uma moça muito
(mas muito) bonita também estava tirando suas medidas por lá. Imagine a cena…
já passou por isso? #vergonha
Entretanto,
o que me ficou marcado é que, depois, fui conhecê-la pessoalmente, já
que estudaríamos na mesma sala. Nem me lembro o que fui lhe perguntar,
mas só sei que ela respondeu de uma forma tão aparvalhada e tosca que
murchou toda minha… admiração pela rapariga. Nas aulas, ela soltava cada pérola que sempre era motivo de risos além de, nas provas, ficar na cola dos outros para responder alguma coisa. Entendeu, né!
Quanta decepção… só aparência, mas essência que era bom… nádegas, nádegas demais. #mulher_fruta. Nunca se deixe iludir com a aparência, pois por baixo do capô pode estar um motor fundido (não pergunte)! #fato
O comodismo nos torna covardes
Você prestou atenção quando eu disse que as raízes provavelmente não cresceram além dos limites da bo5t4
do adubo? Além disso, não se robusteceram, visto que nem havia
necessidade disso. Era uma planta que qualquer pessoa poderia arrancar
com facilidade, e não sobreviveria a uma doença ou agressão fortuita.
Era uma planta morta em vida, com pouca capacidade de adaptação a mudanças ou intempéries previsíveis.
Assim
também são as pessoas: as facilidades funcionam como o excesso de
adubo nas plantas, e elas nos deixam acomodados e acovardados, sem
interesse ou capacidade para enfrentar novos desafios e demandas, sem
vontade de sair do lugar de conforto. Para nos tirar do conforto,
geralmente Deus nos confronta. Sim, não existe melhor remédio para nos
tirar do conforto do que o confronto. Você quer vencer? Entre na
batalha e lute. Enfrente esse confronto de frente. (Pleonasmo
proposital)
Ao
sair do comodismo, você granjeará muitas coisas boas: aprofundará seus
relacionamentos e conhecimentos, conhecerá novos lugares e pessoas,
ampliará seus horizontes e aguçará seus sentidos. Você se tornará outra
pessoa, e uma pessoa melhor, por meio das dificuldades. Sim,
provavelmente você carregará cicatrizes, marcas e manchas. Mas, essas
marcas podem se tornar testemunhas de sua vitória. Deixe suas
cicatrizes contar sua história por você, deixe que as derrotas contem quem você foi e o que fez, e como chegou até aqui.
Veja
como uma aparente barreira se tornou razão para que os vinhos
brasileiros se tornassem admirados em todo o mundo pela superação
daquilo que era um incômodo. Com a palavra, William Douglas:
Outro dado sobre vinho. Perguntei ao técnico, que em breve se formará em nível superior em viticultura e enologia, se era realmente verdade que nosso vinho é melhor para o coração do que os vinhos estrangeiros. Seria só marketing ou o que o Brasil tem é de fato melhor? A resposta foi espetacular.
As substâncias que ajudam o coração e diminuem o risco de enfartes são os polifenóis; dentro dos polifenóis, há o grupo dos estilbenos (o mais famoso dos estilbenos é o resveratrol). Os estilbenos são absorvidos pela corrente sanguínea e transformam o LDL (colesterol ruim) em HDL (colesterol bom). Este tipo de polifenol é a principal defesa natural que a uva cria para proteger-se dos fungos.
E, como o Brasil tem um sério problema de fungos, nossa uva tem mais estilbenos que as uvas e os vinhos produzidos na maioria das outras regiões vitivinícolas do mundo. Dessa forma, o fungo, que é um drama para o viticultor, torna nosso vinho mais especial. Se o produtor brasileiro conseguir fazer o fungo não destruir a produção de seu vinhedo, a uva bem cuidada que sair do vinhedo será a melhor para a saúde do que aquelas uvazinhas plantadas em lugares sem tantos transtornos e dificuldades.
Se
você estiver passando por dificuldades, quem sabe se elas não o estão
preparando para ser além daquilo que você jamais planejou ou imaginou?
Deus tem umas formas engraçadas de nos moldar, mas o que importa é o resultado final do processo.
Nós fomos criados com um propósito
Aquele
pé de chuchu tinha tudo para dar certo: tinha sido plantado em um bom
lugar, tinha adubo à vontade, era cuidado e regado, vigiado para não
ser arrancado. Mas, a única coisa que se pedia dele era que produzisse
chuchus. De preferência, que produzisse “pra chuchu” (risos). Mas, necas de pitibiriba de chuchu (nossa, essa veio do fundo do baú, hein!). O único propósito de vida daquele chuchu foi pras cucuias.
Um desperdício de adubo, de tempo, de água e de expectativa.
Expectativas e esperanças frustradas, pessoas decepcionadas e um
potencial desperdiçado.
Você
não foi criado sem propósito, pelo contrário, você foi criado com um
propósito bem definido, planejado e determinado. Mesmo que você pense
que sua vida não tem sentido, e que as coisas que estão acontecendo
hoje não tem qualquer lógica, permita-me dizer-lhe que sua vida tem
sentido, sim senhor, mesmo que você ignore qual seja ele.
Ao
assumir que sua vida tem um propósito, mesmo que ainda ignorado, você
começa a viver melhor e de forma mais abundante porque, afinal, existe
uma razão para viver: descobrir qual é o sentido da vida (risos). Aprenda com o chuchu,
aquele vegetal que (dizem) não tem gosto próprio, mas que se apropria
do sabor alheio. Mas, hoje, você é quem vai saborear a lição do chuchu.
Olhe para aquela planta enrolada, mas desenrole-se de suas decepções e amarguras passadas,
e levante sua cabeça com desenvoltura e ânimo daqui para frente. Sua
vida não tem apenas sentido, mas você também tem potencial para vencer e
um futuro a trilhar. Existe algo a sua espera mais a frente, e você
deve prosseguir, mesmo que as ondas desta vida queiram naufragá-lo. Você vai vencer essa luta, vai passar nessa prova e cantar o hino da vitória, basta crer, meu amado.
Conclusão
Talvez
você não tenha percebido, mas durante esses minutos em que estivemos
juntos, enquanto você estava desanimado, triste e cabisbaixo, eu estava
regando sua vida com ânimo e vigor, para que você pudesse sair daqui
diferente da forma que chegou. Faça uma breve retrospectiva e observe
que você está diferente sim, mesmo sem querer admitir, está mais
animado e disposto. Até está escondendo um sorriso no canto da boca,
né! #arrá #te_peguei
Sabe, eu pretendia escrever apenas algumas linhas bem singelas e curtas sobre essa experiência, mas como sempre diz uma grande amiga minha (Wilma,
oi?), eu não fui projetado para escrever pouco. É, foi uma falha de
projeto mesmo. Você não tem noção de como tenho dificuldade de escrever
no twitter… risos.
Mas,
não ganho nada escrevendo, só tenho uma satisfação imensa de saber que
fui usado por Deus para abençoar alguém. Se chegou até aqui, gostaria
de lhe pedir um favor: se este texto lhe foi útil, você foi abençoado e
gostou da leitura, você pode retribuir me presenteando com uma viagem
para Aruba, com uma TV LED 3D 55′ ou um iPad de última geração (risos).
Mas, se não quiser, então pode clicar no +1, curtir ou dar um tweet mesmo que eu aceito de bom grado, né! rá!
Aqui no blog Desafiando Limites você tem dieta completa: lê bobagens do começo ao fim, e ainda dá risadas pra chuchu…
www.ubeblogs.net
Muito bom! Parabéns pelo texto! Deus os abençoe mais e mais!
ResponderExcluirMuito diferente do chuchu seu texto apresentou bastante saboroso,fico impressionado como Deus pode usar um legume tão sem graça em uma mensagem cheio de graça, usar uma planta para servir de espelho, pior (ou melhor) essa planta que não deu frutos nos fazer frutificar. Agradeço ao meu irmão por dividir este alimento ou seria iguaria? conosco vou ser sincero foi uma verdadeira ceia. quanto aos prêmios "esses ainda não nascem em plantas" (tentei fazer piada desculpe se não agradei) por isso vou no +1, curtir ( confesso que não sei o que e isso mas quando souber farei)Parabéns pelo texto.
ResponderExcluir@Rose,
ResponderExcluirobg, amada!
@Zé Ricardo,
obg pelo feedback e pelos comentários bem-humorados.
o +1, curtir, etc., estão disponíveis em meu blog, o Desafiando Limites.
gde abço,
wally.