do blog Belverede
A capacidade que temos para usar a linguagem nos define como seres humanos e isso está na base de toda a nossa convivência. A línguagem é a ferramenta mais importante que temos, por meio dela trocamos idéias e exprimimos a fé e os sentimentos.
Em todos os idiomas a comunicação tem a sua característica específica, o que torna a comunicação algo fascinante e geradora de profundos estudos.
Comunicar-se é enviar e receber sons e símbolos, fazer uso das palavras acabadas de nascer e outras quase em total esquecimento, usar frases e provérbios com uma densidade de sentido que vai além do seu significado literal. Comunicar-se é fazer uso de adágios, analogias, antônimos, bordões, dialetos, e entonações certas nas horas certas. É fazer uso da escrita, da fala, das gírias, das hipérboles, dos jargões, dos poemas, das poesias, das metáforas, da mnemônica, do neologismo, da onomatopéia, das paráfrases, dos paralelismos, dos pleonasmos ou redundâncias, das prosódias, das semânticas, dos sinônimos, dos superlativos e todos os outros componentes existentes na gramática.
O idioma não é algo estagnado, está em constantemente mudança. Precisamos acompanhá-lo. Dificilmente uma língua permanece a mesma com o passar do tempo. É natural que as palavras percam significações, adquiram novas grafias e sejam usadas em determinadas regiões, e outras não, em determinadas faixas etárias, e outras não. Desse fenômeno surgem os dialetos e as gírias.
Jesus Cristo, ao se comunicar se adaptava aos que o ouviam. Quando esteve com os sacerdotes, usou as Escrituras. Quando Ele falou com os pescadores, usou as figuras mais conhecidas deles (a rede, os peixes). Quando pregou aos agricultores, fez menção à lavoura, ao plantio e à colheita, às sementes e às plantas.
Como crentes temos que ser santos, mas isso nada tem a ver com uma "enciclopédia do céu" (que não existe, mas faz parte do imaginário dos fanáticos!). Aos cristãos, cabe o uso de termos contemporâneos da fala. Nenhuma palavra é banal quando a mensagem é importante, dirigida para um público-alvo, e dita no tempo certo. Somente as palavras chulas, os palavrões, devem estar fora do nosso vocabulário em todas as situações (Colossenses 3.8).
Palavras arcaicas, como as que nós encontramos nas páginas das traduções Almeida Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil, ou na Almeida Revista e Corrigida - Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana, não são sinônimos de santidade. Usar os termos que lemos nelas em nosso dia-a-dia é retroação, indica falta de sintonia com a realidade.
O segredo da boa comunicação é falar e se fazer inteiramente compreendido.
E.A.G.
Ótimo texto. Muito claro e coerente.
ResponderExcluirMuito bom este texto. Nossos "inimigos" usam todas as ferramentas possíveis para se comunicar e propagar seu império. Chegou a hora de nós, Povo Escolhido, nos valermos de todos os recursos para comunicarmos o Evangelho do Reino. Que todas as ferramentas de comunicação disponíveis venha propagar e glorificar o Senhor.
ResponderExcluirSó para estar do outro lado da balança e assim oferecer o saudável debate, penso que o uso das versões citadas - ARC e ARCF - não significa necessariamente “retroação ou falta de sintonia com a realidade”. É apenas uma questão de escolha, de seleção. Não há heterogeneidade na recepção da comunicação; logo, penso que a frase de Evanildo Bechara cai como uma luva na questão: "O falante precisa ser um poliglota dentro de sua própria língua". Ora, é a mesma ARA que registra a comunicação multifacetada de Jesus. Então, não havemos de desconsiderar a linguagem "pesada" dessas versões, mas usá-las com sabedoria, adequando-as às necessidades do contexto.
ResponderExcluirLembremos ainda que há em nossas igrejas uma população de pessoas de melhor idade que cresceu ouvindo frases como "Se não fosse assim, eu não vo-lo teria dito" (Jo 14.2). Excluí-las totalmente de nossa prática apenas por uma questão de adequação, pode corroborar ainda mais com a exclusão que essa faixa etária – terceira idade – tem já sofrido em razão de nossa liturgia e canções pós-modernas.
Pensemos, assim, então: vivamos o novo sem desprezar o velho, pois, o hoje foi construído em cima do ontem; se arrancarmos o ontem, corremos o risco de cair.
Com carinho a todos...
davitardim@blogspot.com.br
Parabéns David, gostei das suas colocações.
ResponderExcluirConcordo com Davi Tardin.
ResponderExcluirEsse negócio de "trazer lá de fora e implantar na igreja" já deu muitos problemas!!!!!
Entre este artigo e a Palavra de Deus, fico com a segunda opção: NÃO SE DESVIAR NEM PARA ESQUERDA E NEM PAA A DIREITA.
A propósito, o Evangelho é o mesmo ontem, hoje e sempre.
Quem convence é o Espírito Santo e não: Homilética, Hermenêutica ou Exegese!
Graça e Paz, Eliseu
ResponderExcluirMuito enriquecedor seu artigo; gostei muito, pois entendi que essa linguagem a qual você está se referindo, deve ser aplicada principalmente na evangelização virtual.
Quanto à liturgia aplicada nas Igrejas, também compreendo a postura do nosso irmão Davi.
De qualquer forma é bom mesclarmos essas posturas para que as Igrejas tradicionais não venha a ficar com membros apenas da melhor idade, como diz o Davi.
Busquemos em Deus, sabedoria para lidarmos com todas as situações.
Deus abençoe a todos nós.
Sonia Costa
David Tardim, bem lembradas as palavras do eminente Evanildo Bechara: há, sim, necessidade de um "poliglotismo interno" no usuário da língua; isto é, domínio de um percentual expressivo de vocabulário, além de certa habilidade com os mecanismos gramaticais. Sem isso, a língua se degenera. Por outro lado, respeito o posicionamento do articulista; mas noto a necessidade de uma abrangência menos empírica (portanto mais técnica)do assunto.
ResponderExcluirParabens,muito bom!
ResponderExcluirjoao batista
Por isso eu recomendo a Bíblia Viva editora Mundo Cristão,mas é claro que não devemos desprezar as edições citadas na matéria,porém no dia a dia o que demonstra santidade são as atitudes e o caráter de Cristo sendo vivenciado em nosso espírito,palavras sem ações não significam nada!!!
ResponderExcluirGostei do texto a comunicação é por demais importante, uma palavra mal explicada pode gerar uma grande confusão. Como cristãos devemos nos aperfeiçoar na escrita e na aplicação da palavra isso faz toda diferença de um texto. Parabéns pelo seu empenho em alertar os blogueiros evangélicos! É de Deus!
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