2010 - Exposição de estátuas, em Wittenberg (Alemanha), construídas por Ottmar Hóri representando a figura de Lutero. |
Em 16 de Fevereiro de 2009, nosso irmão em Cristo João Cruzué (do blog Olhar Cristão, contribuiu com o UBE Blogs publicando o texto Bem-aventurados os que escrevem a Palavra de Deus. O artigo aborda a vida e obra de Martinho Lutero.
Hoje, uma internauta, identificando-se como Ceila, acessou o artigo e fez uma pergunta:
“Gostaria de um esclarecimento sobre a vida de Martinho Lutero, que no meio cristão é tido como reformador da igreja e grande cristão. Bom, quando fiz faculdade li livros sobre o capitalismo em que retratava Lutero como assassino, capitalista que matou e incendiou casas para enriquecimento próprio e para fundar o capitalismo. Por favor o que é real nisto tudo?
Um abraço."
Ceila
Eu também convivi com este dilema, fiz pesquisas em obras seculares e conteúdos cristãos diversos. De antemão, digo que é sempre importante levar em consideração qual é a posição de vida do escritor que o critica ou o enaltece. Ateu? Cristão evangélico ou católico? E, por fim, fixar os olhos em Jesus Cristo, pois seguimos ao Senhor e não aos homens.
Abaixo, uma troca de postagens, que eu tive a oportunidade de fazer em 2007, com Silas Daniel, articulistas do site CPAD News e editor do blog Verba Volant Scripta Manent (voltei no tempo, naquela época estava com a família num lazer de 20 dias no litoral paulista, e escrevi em uma lan house!). A conversa traz mais luz ao assunto.
10 de outubro de 2007 18h36
"Prezado Pr Silas Daniel
Tenho acompanhado seu blog e tido o prazer de ler e indicar que outros o leiam. Indico virtualmente e também em pessoa, aos amigos e parentes e até aos descrentes.
Não é sem propósito. Primeiro por notar que o dom que Deus lhe deu é singular – e por ser portador de tal dom sei que sabe muito bem que este dom é para o bem coletivo e crescimento espiritual de todos, da Igreja como organismo Corpo de Cristo. Em segundo lugar, eu o indico porque nem todos os cristãos ainda o conhecem e nem todos estão acostumados com boas leituras na internet.
Sobre a Reforma, concordo com o que postou, porém, gostaria de comentar que nós seres humanos temos a tendência de pensar que o passado sempre é melhor do que o presente. Às vezes isso é fato, às vezes só uma ilusão.
No passado é incontestável o papel de Martinho Lutero na origem do protestantismo. Mas ele também foi um alguém falho, além de ser o responsável pela tradução da bíblia ao idioma alemão (de valor inestimável), foi autor do livro "Sobre os judeus e suas mentiras" (livro vergonhoso!). É triste constatar que esse livro serviu de inspiração para a tentativa de erradicação do povo judeu, levando grupos de protestantes a pensarem que os judeus eram um mal que deveria ser exterminado. Lutero incorporou o anti – semitismo, escreveu: "... suas sinagogas deveriam ser queimadas, suas casas destruídas e arrasadas, deveriam ser privados de seus livros de orações e do Talmud, seus rabinos deveriam ser proibidos de ensinar sob pena de serem mortos, se não obedecerem, deveríamos expulsar os preguiçosos velhacos para fora do nosso sistema, portanto, fora com eles... Para acrescentar, caros príncipes e nobres que têm judeus em seus domínios, se meu conselho não lhes serve, encontrem então um melhor, de maneira a que todos nós sejamos libertos desta insuportável carga diabólica - os judeus" (Fonte: The Holy Reich: Nazi Conceptions of Christianity de Richard Steigmann - 2006).
Bem, o que quero dizer com isso? Que nós devemos nos pautar sempre na observância da Palavra de Deus. Rótulos são rótulos apenas... Colocar o estigma de protestante, pentecostal ou neopentecostal ou tradicional pode ser um muro de divisão e não a ponte que Deus quer que os cristãos construam. Pode levar às obras da carne.
Eu sou falho, mas em meu esforço para raciocinar, tendo a Palavra de Deus como base, me leva a pensar que através do orgulho de ser pentecostal também corremos grandes riscos de pecar contra os neopentecostais e tradicionais.
Termino voltando a dizer que concordo o seu artigo. Minha observação é apenas um adendo mostrando um lado que poucos costumam mostrar sobre Martinho Lutero. Minha ênfase se dá por razão de alertar para novos Luteros – grandes homens com grandes altos e baixos históricos.
Paz do Senhor."
11 de outubro de 2007 00h02
"Caro Eliseu,
Obrigado por sempre indicar e divulgar este blog. Pela graça de Deus, procuro ser bênção para a vida de todos que entram aqui.
Sobre a primeira colocação, quero apenas lembrá-lo que, na abertura deste artigo, afirmo: “Claro que não devemos nos prender ao passado, mas entender as implicações desse acontecimento é salutar por, pelo menos, três razões”. E a terceira razão apresentada é: “Saber nossa história, como se deu a trajetória da Igreja até os nossos dias, auxilia-nos a evitar equívocos futuros”. Repito: “auxilia-nos a evitar equívocos”.
O erro de muitos que olham para a Reforma é o de querer ver apenas os acertos dos reformadores, esquecendo seus erros, e aí criam uma visão romântica da Reforma e não realista (quando a visão realista não diminui a importância da Reforma, muito pelo contrário – como mostrarei em postagem futura).
Olhar para o passado da Igreja é bom porque aprendemos grandes lições em dois sentidos: aprendemos com os acertos dos servos de Deus do passado e com os erros deles também.
Como você tocou no assunto das falhas dos reformadores, sou forçado a te adiantar meu segredo de que o terceiro artigo desta série de três artigos será justamente sobre as falhas dos reformadores. Portanto, não quero me aprofundar muito agora no assunto, porque senão terei que antecipar o conteúdo todo do artigo. A série obedece a uma seqüência lógica: neste primeiro artigo, a proposta é apresentar o que é o protestantismo e, sabendo o que é, comparar se estamos hoje, 490 anos depois, seguindo ou não os princípios bíblicos da Reforma; o segundo artigo é sobre as grandes conquistas da Reforma que devem nos inspirar; e o terceiro é sobre as falhas dos reformadores. Portanto, vamos por etapas! Porém, mesmo assim, como você levantou um tema polêmico sobre Lutero, não poderia esquivar-me de responder essa questão, antecipando, um pouco que seja, algo sobre as falhas dele.
Em primeiro lugar, lembremos que os reformadores não eram super-homens espirituais assim como Abraão, Isaque, Jacó, Elias, Davi, Salomão e outros servos de Deus no passado não eram. Todos estes que citei tiveram falhas, umas maiores, outras menores, mas todos tiveram. E sabe qual é uma das coisas mais lindas que acho na Bíblia? É que ela não esconde as falhas dos heróis da fé. Já imaginou se escondesse? Se ela o fizesse, ao lermos a história dos homens de Deus na Bíblia, diríamos: “Meu Deus, eles eram tão perfeitos! Não há como eu poder ser usado por Ti como eles foram, pois sou tão falho...”
Graças a Deus por não esconder as falhas dos heróis bíblicos, por mostrar como eles realmente são! (Diferentemente do que faziam os historiadores das nações da Antiguidade. Eles eram funcionários do reino e, por isso, tão tendenciosos que muitos deles escondiam todas as falhas dos reis, exaltavam só as virtudes e ainda escondiam relatos de derrotas em guerras contra outras nações. Relatavam só as vitórias. Para saber a verdade sobre esses povos, os historiadores tiveram, em muitos casos, de comparar o que historiadores de nações inimigas diziam sobre aqueles reis).
A Bíblia, porém, não mente, não camufla. Deus não dá “jeitinho” pra ninguém. A Bíblia mostra ao ser humano que ele, ser humano, é falho mesmo e extremamente necessitado e dependente da graça, da misericórdia e do perdão de Deus para ser restaurado, abençoado e se tornar uma bênção.
Enfim, o que vemos na Bíblia é que Deus não faz a obra simplesmente através de nós. Ele faz Sua obra através de nós e “apesar de nós”, ou seja, apesar de nossas falhas. Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e pôde ser usado por Deus como foi (Tg 5.17). Davi foi tremendamente falho, mas se arrependeu e pôde ser usado por Deus como foi. Nós somos falhos, mas podemos ser usados por Deus apesar de nossas fraquezas.
Então, não precisamos olhar para a Reforma para aprender que homens de Deus podem falhar. Basta lermos a Bíblia. Quem lê a Bíblia não se impressiona com a fraqueza humana, mesmo nos filhos de Deus.
Agora, em segundo lugar, devemos aprender a fazer distinção entre os que erram por fraqueza e os que erram por falta de conversão mesmo, porque são ímpios. No primeiro caso, não devemos ignorar os erros, mas também não devemos comprometer toda a obra de uma vida dedicada ao Senhor por causa desses erros isolados. Lutero e Calvino foram grandes homens, apesar de suas terríveis falhas. Já no último caso, devemos rechaçar esses falsos irmãos, que dizem que estão no Evangelho, mas o Evangelho não está realmente neles. Estes podem não se envergonhar do Evangelho, mas ele se envergonha deles.
Bem, mas vamos a Lutero e os judeus.
Uma das fraquezas de Lutero era justamente seu temperamento instável. O mesmo Lutero que escreveu isso sobre os judeus escreveu antes coisas lindas sobre eles. E numa época em que falar bem dos judeus era extremamente impopular!
O que os críticos de Lutero esquecem, quando citam essa fraqueza dele em relação aos judeus, é que, hoje, soa claramente repugnante essas palavras de Lutero, já que estamos em uma época onde temos uma cultura geral muito mais acumulada do que na época dele, e por isso podemos ver facilmente, independente de sermos cristãos ou não, o quão terrível são essas palavras. Mas, na época em que Lutero disse isso, a maioria esmagadora do povo em geral (ou seja, de todas as classes sociais de sua época, religiosos ou não) aprovou o que ele disse! Por quê? Por que os judeus eram vistos em sua época erroneamente como uma praga para a sociedade devido a alguns costumes terríveis que eles tinham. A hostilidade aos judeus naquela época não era algo “sui generis”. Era, infelizmente, o senso comum. Não era só por causa daquela história de “caia o teu sangue sobre nós” (Mt 27.25), que fez com que a Igreja Católica, no passado, os visse como malditos. Isso ajudou e muito, mas não era tudo.
A comparação que farei a seguir nem de longe é perfeita, mas serve, porque estamos falando de rejeição e impopularidade a uma pessoa ou grupo em uma determinada época. Pois bem, vamos a ela. O que Lutero disse em sua época é como se alguém, nos dias de hoje, tivesse dito: “Destruam a casa de Bush, tirem seus bens, queimem tudo, deixem ele na pobreza!” Com certeza, tal discurso arrancaria hoje o aplauso da maioria esmagadora da população mundial (ou mesmo a maioria da ocidental). Tal era a impopularidade dos judeus na época!
Mas, por que essa impopularidade?
Os judeus eram vistos como criminosos por causa de assassinatos e, principalmente, profanação de templos cristãos. Mas isso era por parte dos judeus pobres (e mesmo assim era um estereótipo, uma generalização, mas era assim que eram vistos; os crimes de muitos destes judeus pobres faziam todos os demais sofrerem com esse estereótipo). Os judeus ricos, por sua vez, tinham a fama de serem opressores e maus (mesquinhos e exploradores), enquanto os cristãos ricos eram vistos como caridosos e bons. Vide o clássico “O Mercador de Veneza”, de William Shakespeare, que se fosse feito nos dias de hoje, levaria o Bardo à cadeia como anti-semita, mas na época foi visto como natural. Era a visão da época sobre os judeus. Some-se a isso a rixa étnica e religiosa entre cristãos e judeus, e pronto: os judeus eram o maior mal da humanidade. Erro, mas era o senso comum.
Só para se ter uma idéia: na época de Lutero, era comum encontrar pinturas degradantes que associavam judeus a excrementos. Em uma delas, do século 15, poucas décadas antes de Lutero, os judeus eram representados se alimentando do esterco que caia do fundo de uma porca. Mais terrível impossível!
Pois bem, é nessa conjuntura que Lutero escreve algo que choca o povo de sua época: textos a favor dos judeus. Contra todo o legado antijudaico da Idade Média, ele escreve enfaticamente em seu livrete intitulado “Que Jesus Cristo nasceu como judeu”, de 1523, que Deus “honrou os judeus acima de todos os povos” e que, por isso, “os cristãos deveriam tratar os judeus de modo fraterno”. Isso foi um escândalo para a época! Lutero só conseguiu transcender a forte cultura daquela época afirmando tal coisa porque os reformadores tentavam se ater à Palavra de Deus, e não aos aspectos culturais de sua época.
Mas se isso já era um escândalo, o que dizer do que se segue? Escrevendo em contraposição à proibição canônica medieval do casamento entre cristãos e judeus (sem estes terem se convertido), Lutero chegou a propor algo que é até liberal demais em relação às Escrituras: ele chegou a considerar normal um cristão protestante casar com um judeu não-convertido ao protestantismo (E a questão do jugo desigual, Lutero?). Leia o que ele diz, registrado em obras como “As Reformas na Europa”, de Carter Lindberg (Sinodal, 2001, págs. 435 e 436): “Assim como posso comer, beber, dormir, passear, cavalgar, negociar, conversar e trabalhar com um gentio, judeu, turco ou herege, também posso casar com ele e continuar casado, e não te importes com as leis loucas que to querem proibir. Pois é fácil encontrar cristãos que por dentro são descrentes piores – e esses são maioria – do que qualquer judeu, gentio, turco ou herege. Um gentio é homem ou mulher criado por Deus tão bem como São Pedro, São Paulo e Santa Luzia, sem falar de [o outro extremo] um cristão imprestável e hipócrita”.
Na época que Lutero disse isso, casar com judeu, turco, herege ou gentio (pagão) era, aos olhos de muitas pessoas daquele período, como é para nós hoje um cristão casar com um espírita (aliás, nada diferente daquela época, pois trata-se de jugo desigual à luz da Bíblia), ou como, em uma região de xenofobia e preconceito racial, pessoas de etnias diferentes e adversárias casarem entre si - o que já é puro preconceito e pecado. (Mas, calma, esse era só mais um rompante de Lutero, que no final não apoiou o casamento de protestantes com pessoas de outra fé - só se já eram casados antes de se tornarem protestantes).
Então, o que fez Lutero mudar tão radicalmente de opinião, indo de um extremo ao outro?
Dizem os historiadores que essas suas terríveis palavras foram escritas porque, mesmo Lutero apoiando os judeus, estes desprezavam tanto a ele como aos protestantes. Então, o reformador, ressentido, no final da vida, escreveu aquela tolice, que foi algo momentâneo, já que seu temperamento era instável. Prova de que foi momentâneo é que seus seguidores e amigos da Reforma luterana defenderam os judeus. Urbano Rhegius, que era um deles, defendeu, com argumentos esclarecedores, a tolerância em relação aos judeus como concidadãos que deveriam ter direitos iguais e serem respeitados por todos. Quando ele escreveu isso, depois de Lutero dizer aquelas tolices, o reformador não rebateu nada, e olha que ele era do tipo que, se alguém de dentro ou de fora dissesse algo que contestasse algo que defendera, com certeza prepararia uma tréplica. Mas, nesse caso, ocorreu uma excepcional exceção, o que demonstra que Lutero escrevera aquelas tolices em um rompante tresloucado.
Agora, sobre o fato de os nazistas terem se aproveitado desses textos precipitados de Lutero, nada mais lógico. Os nazistas usaram de tudo à sua mão, até as palavras tolas de Lutero, e o fizeram totalmente fora de contexto. Sobre o uso posterior que os nazistas fizeram desses escritos do pai da Reforma, Lindberg afirma que é importante enfatizar que “Lutero, bem como outros autores católico romanos, precisam ser vistos em seu contexto histórico”. E mais importante ainda: a animosidade tresloucada e temporária de Lutero para com os judeus não tinha motivos racistas. Como assim? Citando historiadores, Lindberg lembra: “Lutero identifica um judeu por suas crenças religiosas, e não por sua raça. A identificação de um judeu por sua raça é, em qualquer caso, um conceito estranho ao século 16. Se um judeu se convertia ao cristianismo, tornava-se um irmão ou irmã em Cristo. Já para o anti-semitismo racial, a crença religiosa é em grande parte irrelevante. Não obstante, as afirmações hostis de figuras do Renascimento e da Reforma muito provavelmente parecerão ainda mais terríveis hoje em dia, vistas sob o pano de fundo de Auschwitz, do que quando foram feitas originalmente”.
Moral da História: aprendamos com os erros e acertos dos reformadores. Seus erros nem devem ser esquecidos nem também devem diminuir a importância do que os reformadores fizeram sob a graça e a inspiração divinas.
Um abraço!"
Consulta: Verba Volante Scripta Manent; Reforma Protestante, 490 anos depois, retrocesso
E.A.G.
muito bom, otimo comentario sobre Lutero e realmente precisamos levar em conta todos os erros e acertos para aprender-mos melhor, confesso que pra mim foi um grande estudo sobre Lutero, muito obrigado e que Deus continue abençoando a todos que de qualquer forma contribue com esse maravilhoso blog.
ResponderExcluirCaríssimo, saudações fraternas em Cristo!
ResponderExcluirEstava precisando de um texto como esse. Chegou em boa hora. Há muitos dias venho sendo interpelado por minha consciência, sobre as falhas do grande Reformador. Tenho agora mais subsídios para um questionamento e veredicto final sobre o assunto em pauta.. É o primeiro Blog que encontro, com fundamentos e embasamentos sobre o tema. Parabéns pelo post!
Graça e paz!
ResponderExcluirParabens pelo artigo e resposta. Coerente e claro. Precisamos disso. Sou pastor luterano e nao concordamos com tais palavras e certas atitudes. Mas entendemos que Lutero foi um homem de seus tempo e assim deve ser interpretado. Parabens. Para quem deseje conhecer mais sobre este grande reformador, a Editora Concórdia e a Sinodal estao lançando em portugues as obras de lutero. Vale a pena!
Graça e paz!
Talvez eu seja até "apedrejado" pelo que vou dizer, mas acho que precisamos nos libertar da reforma e dos reformadores para poder fazer uma tentativa de aproximação com os vários grupos cristãos e também corrigir erros históricos para voltarmos a igreja bíblica e apostólica. Sem rótolos e dogmas humanos.
ResponderExcluirCaro Eliseu Antonio, sem dúvidas que compartilho da tese principal da postagem, se bem entendi, mostrar-nos que o erro é inerente a todos os homens e que devemos fixar nosso olhar no SENHOR J_sus, o único que nunca teve dolo algum em sua boca. Contudo, gostaria tão somente de destacar que as frases do Dr. Martin Luter no livro On the Jews and Their Lies, 1543, precisam ser lidas em seu contexto, finalidade e abrangência, para não causarmos alardes desnecessários. Do que saliento: 1. Realmente ao que nos parece o Dr. Luter há muito vinha sofrendo com esta questão, a ponto de até ter decidido não tratar do assunto, deixá-lo de lado, até que situações novas e mais incômodas surgiram; 2. Em momento algum nos parece que o Dr. Luter tem em mente TODOS os judeus, muito menos a raça judia, ele nos parece se referir aos judeus específicos do seu contexto, que estavam reagindo belicosamente contra o avanço da Reforma, entendo, indo contra a própria Palavra do SENHOR D_us; 3. A questão não pode ser entendida do ponto de vista étnico, racial, como quiseram fazer parecer os famigerados nazistas, para o Dr. Luter, o que estava em jogo era a VERDADE da PALAVRA não a cor da pele, o sangue, ou a herança biológica destes judeus. Creio que podemos afirmar, que o Dr. Luter desejava ardente e fervorosamente tanto a conversão de todos os homens à VERDADE PURA DO SANTO EVANGELHO, inclusive dos judeus, quanto que o SANTO EVANGELHO fosse expandido sem impedimentos, nem por parte dos romanos, nem por parte dos judeus.
ResponderExcluirTalvez seja melhor ler o texto do Dr. Martin Luter, traduzido para inglês, forte abraço, segue o link.
Acesse:
http://www.vho.org/aaargh/fran/livres9/Luthereng.pdf
Rev. Jucelino Souza
Muito bom o texto! Realmente Deus é excepcional, pois faz o homem ser Seu instrumentos apesar de seus erros e defeitos. Deus é tão perfeito que faz do imperfeito meios para trabalhar na vida do homem. Parabéns ao escritor por esse texto!
ResponderExcluirTanto Eliseu quanto Silas, estão de parabéns por seus textos esclarecedores. Esse assunto é algo do tipo que me inspira curiosidade, preciso saber minhas origens, a origem da igreja e os dois textos me esclareceram bastante! Obrigada e que Deus continue os usando!
ResponderExcluirMuito bom o texto.
ResponderExcluirO que posso acrescentar como colaboração é que a reforma, do jeito como aconteceu, não surgiu intencionalmente, ou seja, não foi idealizada assim, nem surgiu de uma hora para outra. Tudo foi um processo lento e gradativo. Seus ideais também não foram movidos unicamente por interesses religiosos, havia outros interesses, como o político e o econômico, por exemplo.
Lutero não tencionava fazer uma reforma religiosa com o vulto que tomou, sua intenção primária era unicamente chamar a atenção do papa para as incoerências do catolicismo em relação à Bíblia. Outros também tentaram antes dele, e acabaram na fogueira. Lutero teve “sorte” de não ser mais um na história a ser incendiado como “herege”.
Parafraseando Shakespeare, existem mais mistérios ente o céu e a terra, do que o nosso vão conhecimento possa explicar. Por isso, encerro por aqui. Tomemos como ideia principal não incorrer novamente nos erros do passado, o que sinceramente penso ser impossível por parte de muitos.
Que o Senhor nos abençoe e nos guarde.
Bela explicação!
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