Por: Genivaldo Tavares de Melo
São Paulo, maio de 2014.
Quantas Bíblias têm hoje no mercado literário? Confesso que nunca me preocupei em conta-las, mas, penso que um significativo número capaz de atender a todos os gostos e isto pela força da propaganda ou Merchandising elaborados para atrair os olhares e atiçar as vontades. Bíblia Pentecostal de Estudos, Bíblia da Mulher, Bíblia Sagrada Pobreza e Justiça, Bíblia Sagrada com devocionais, Bíblia do Obreiro e tantas outras, inclusive aquelas versões que trazem o nome do seu tradutor ou adaptador.
-Todas as Bíblias são iguais?
Em princípio sim, deveriam ser todas iguais, lamentavelmente não são pelas razões a seguir:
Temos a mais antiga adulteração da Palavra de Deus, nas versões católicas, produzidas com a intenção de mostrar ao fiel que a Bíblia dos crentes não era verdadeira, portanto, não deveria ser lida. Não é o propósito deste breve estudo, analisar todos os aspectos dessa adulteração.
Bíblia produzida pela Sociedade Torre de Vigia das Testemunhas de Jeová, quando algumas vírgulas mudam totalmente o sentido do texto.
-O texto traduzido e a linguagem materna.
Os cursos de Hebraico e Grego têm crescido muito para dar aos estudantes o sabor dos textos na linguagem de origem.
Considero tão perigoso quanto às adulterações de textos, são as notas de rodapé.
É uma forte tendência não buscarem a interpretação ou sentido exato do texto sagrado que resguardam mistérios não totalmente misteriosos, mas, que para entendê-los é preciso conhecer a Palavra de Deus de forma panorâmica, como se vê uma cidade a partir da janela do avião na hora do pouso.
Não ficar circulando no emaranhado das ruas e praças no sentido do estudo e análise, mas, extrair do aprendizado, o plano de Deus que passa pelo Antigo Testamento para estabilizar-se no Novo Testamento, pelo cumprimento das profecias e o alcance da plenitude dos tempos.
Além das notas de rodapé, temos ainda uma vasta literatura que conduzem o leitor pelo caminho de um entendimento bíblico que pode estar eivado de erros de interpretação.
Muitos fundamentam os seus conhecimentos com base no entendimento e divulgação feita por escritores, muitos dos quais, sem boa recomendação e perigosamente, estabelecem regras no exercício pastoral, ensinando à igreja à que serve, doutrinas comprometidas com abusos de interpretação de textos, forçando o entendimento de questões bíblicas de suma importância.
Não posso deixar de citar também o quase eterno conflito entre os seguidores de Armínio e Calvino que citam os textos dos reformadores como se fossem a última palavra e a Bíblia só pudesse ser entendida a partir dos seus postulados.
Para não deixar uma pergunta sem resposta que talvez seja feita após a leitura deste enfoque, é se devemos excluir da vida, as notas de rodapé, a vasta literatura e tratados diversos, qual seria a maneira mais recomendável ou eficaz de se compreender a Palavra de Deus?
Primeiro não é preciso excluir nada que diga respeito à Palavra de Deus. Na segunda carta escrita a Timóteo e já sentindo o fim da carreira, Paulo pede ao jovem discípulo ou ministro que lhe leve os livros e principalmente os pergaminhos (IITm.4:13).
Principalmente os pergaminhos, sabemos o que significa e mais ainda, o Apóstolo deixou transparecer o seguinte pensamento que não seria forçar interpretação se parafrasearmos com a seguinte oração: Não podendo trazer os livros, traze principalmente os pergaminhos.
O fato de ter ao alcance tanta literatura, não significa que devemos sair por aí, comprando tudo de todos.
-Para que uso as notas de rodapé e outros comentários?
Gosto de avaliar e julgar os meus conhecimentos e se alguma coisa não bate, vou buscar outras informações e volto à Palavra de Deus, para avaliar com a própria Bíblia o que realmente significa.
-Ter um pastor que ama a Palavra de Deus é de muita valia.
Lembremo-nos que nem todos tem habilidade em ensinar a Palavra de Deus; conhecem o assunto, mas, sentem dificuldade em comunica-la, sendo humildes, apelarão para a graça concedida a um auxiliar que funcionará como porta voz, na esperança que esse auxiliar não se ensoberbeça e crie problemas para o seu pastor, pois, o dom de Deus é variado e dado a cada um para o que for útil à igreja. (ITm 5:17).
-O que não é bom.
Quando o pastor, sentindo-se inseguro, contrata pregadores de todos os quadrantes da nação e em grande parte, pessoas totalmente sem compromissos com a verdade e ainda, levando o dinheiro da igreja.
-Alguns Passos:
Nunca despreze os ensinamentos do seu pastor; muitos não frequentam os chamados cultos de ensino e aplaudem estranhos até mesmo diante de uma grande heresia.
Considero a leitura bíblica de Gênesis a Apocalipse, como muitos o fazem, uma leitura devocional. Quem quer aprender e conhecer a Palavra do Senhor estuda-a de forma investigativa e não despreza bons livros para confrontar os seus conhecimentos.
-Quem pode nos ajudar no entendimento da Bíblia?
O Espírito de Deus ou Espírito de Cristo ou ainda o Espírito Santo, o Consolador que nos guia em toda verdade. Percebo que lendo qualquer texto e em qualquer versão, não será um ente gramatical mau empregado que nos desviará do verdadeiro sentido textual. Jo.15:26 e Jo.14:26.
Finalmente, devo dizer que não abro mão da versão de Almeida, Revista e Corrigida, mas, como dizem; cada qual, cada qual. Particularmente, gostaria que toda igreja acompanhasse as leituras, sempre nessa versão. Gosto do vernáculo dessa tradução.
Excelente texto. Não seguiu um modo dissertativo. Somente expôs excelentes pensamentos em pequenos trechos de fáceis interpretações.
ResponderExcluirQuanto às traduções. Nada melhor que aquele belíssimo português empregado na João Ferreira, tanto na fiel quanto na 4ª edição.. Paz..