Sidnei Moura
“Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que Ele dá” (Salmos 127:3 – NVI)
Partindo do princípio de que os filhos são herança de Deus aos homens, necessariamente teremos que admitir que o papel dos pais na geração e criação de seus filhos não se configura tão somente como uma tarefa social, mas principalmente como uma missão divina. O âmago dessa missão está exatamente claro nas palavras do salmista, o que nos remete a idéia de administração de bens confiados a nós pelo criador de todas as coisas. Uma missão que possui sua parcela de deleite, mas também de muitos desafios, principalmente nos dias em que estamos vivendo.
É cada vez mais notório o fato de que a missão dos pais na geração e criação, e consequentemente encaminhamento de seus filhos para a vida, quando não reconhecida como tal, quando negligenciada, ou quando colocada como algo desprovido de seu real valor, compromete significativamente o bom desenvolvimento psíquico, emocional e espiritual do indivíduo como pessoa. Com o aumento dos números de gestações indesejadas, fora do casamento, ou dentro de uma estrutura ainda que formalmente constituída porém não bem estruturada, os números de indivíduos com anomalias crescem vertiginosamente, transformando indivíduos em pessoas desprovidas de condições básicas para o bom relacionamento, a aprendizagem, além de uma série de fatores adversos à vida em sociedade.
Como você procede quanto à administração de seus bens materiais? Ou qual seria seu procedimento diante da administração de uma grande fortuna herdada? Administrar vidas, administrar pessoas, administrar seus próprios filhos como herança do Senhor requer muito mais diligência do que na administração de qualquer outro empreendimento. A vida é a principal encarregada em manifestar essa realidade de forma visível aos olhos de todas as pessoas que lhe cercam, assim também como responsável por lhe manifestar o sucesso ou fracasso no cumprimento da missão. Uma missão que deve ser aceita com responsabilidade e diligência.
“... aqueles que conduzem muitos a justiça serão como as estrelas para todo o sempre” (Daniel 12:3 – NVI)
Como professor e mestre dos pequeninos, seu papel de conduzi-los a justiça não se trata de uma posição sem privilégio, pois no contexto da educação e da aprendizagem sua missão se assemelha a dos país (não interprete isso como “transferência de responsabilidade”, ou “troca de papeis”, usei o termo assemelha exatamente para não dizer que os propósitos são os mesmos).
De certa forma, havemos de inferir do texto bíblico em apreço que a comparação bíblica refere-se a um estado de recompensa espiritual, no entanto, seus alunos o terão sempre como “estrela” caso seu ministério ou profissão seja bem-sucedido – você sempre estará em seus pensamentos como modelo a ser seguido, e é exatamente aqui que pesa a responsabilidade, a missão e o caráter de sua individualidade e personalidade!
O trabalho de ensinar, assim como também o da família, é desgastante, árduo, porém recompensador seja no ensino cristão ou secular. Já parou para pensar no futuro de seus pequenos alunos? Você poderá estar preparando um futuro presidente da república, um futuro líder, indivíduos que influenciarão vidas para a justiça com a mesma influência com a qual foram influenciados, e pelo fato de você e eu nunca ter conhecimento prévio do que vem a frente, é momento de investirmos toda nossa força e animo na realização dos propósitos da missão para a qual fomos chamados.
“Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no reino dos céus. Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no reino dos céus” (Mateus 18:2, 4 - NVI)
No nosso caso específico como adultos, é importante que tenhamos consciência de que é preciso reverter nosso atual modelo – é preciso retomar as características interiores que tínhamos em nossa infância, a fim de que agrademos a Deus, e sirvamos ao próximo com a qualidade devida. É obvio que não me refiro “as coisas de criança” a que se referiu Paulo ao dizer que agora como adulto, já tinha abandonado. Não me refiro a “inconstância” (se bem que a inocência pueril é que transporta o indivíduo a atitudes impensadas nessa faixa etária), mas sim a humildade, a que Cristo se referiu.
Nesse dia das crianças, que possamos experimentar em nossas vidas esse tipo de humildade a qual Cristo propôs como pré-requisito para a entrada no Reino. E não nos esqueçamos da prudência!
Parabéns as nossas crianças, a seus pais e mestres!
Que no cumprimento de sua missão, pais e mestres possam contribuir para a formação de indivíduos preparados para a vida, encaminhados no conhecimento de Deus, a fim de que “... mesmo com o passar dos anos não se desvie dele”.
Sidnei Moura é licenciado em Letras e professor de Língua Portuguesa e literatura. É editor do blog Sidnei Moura, filiado à UBE - União de Blogueiros Evangélicos, e reside em São Carlos - SP
Facebook: sidnei.moura | Twitter: @sidneimoura
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