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Ouvi uma gravação do
famosíssimo teólogo e pastor, Ariovaldo Ramos (a vírgula, aí, tem sua função),
em que ele espinafra, não sei bem, se um comportamento atávico da nação
brasileira, com base nos relatos da História do Brasil e em obras como Casa Grande & Senzala, de Gilberto
Freyre, ou livros, sobre Educação, de Paulo Freire etc.; ou se espinafra a
estrutura diretiva das igrejas evangélicas neste país. Como historiador até o vejo
com bons olhos; como mensageiro do evangelho, tenho minhas dúvidas.
Não me venham dizer que a
igreja, na gravação referida, é a instituição humana, submetida aos ditames da
Constituição Federal, por isso, suscetível de falhas e desvios, sobretudo éticos
e morais, como tudo neste país. Este é um país de coronéis? Pelo menos já foi;
verdade inegável. É o Brasil um país de mandachuvas? Verdade inegável. É um
país que agrega, talvez, a pior politicalha do mundo? Verdade inegável. Tudo
isso é compreensível, porque a própria Palavra de Deus alerta sobre o domínio
do mal, relativamente a este mundo (1João, 5.19). O que, me preocupa, de fato,
é que o orador em apreço faz uma bonita miscelânea, como lhe é habitual, entre “coisas
daqui e coisas de lá” (que lê entenda).
Afinal, se Ariovaldo quer
tratar da História do Brasil, até vejo nele condições para tal. Todavia, se
Ariovaldo quer tratar da História da Igreja brasileira, que não coloque tudo na
mesma panela. A Igreja é uma instituição diferente da instituição do Estado:
este é humano, material, moldado à luz do conhecimento do Bem e do Mal¹, aquela
é uma instituição divina que, sem dúvida, está voltada para a obediência à Palavra de Deus, a Bíblia
Sagrada. A História registra os efeitos do agir humano, com projeções para um possível futuro do homem. A Bíblia
registra, aprioristicamente, a conduta do homem e prescreve-lhe a indispensável
obediência. A Bíblia não é
democrática em nenhum sentido, porque Deus é Senhor Absoluto e sobre Suas
decisões não há quem possa discutir.
Evidentemente, não estou a pôr
panos quentes em desmandos eclesiásticos, nem teológicos de quem quer que seja.
Por outro lado, quem é o puro que possa sair apedrejando? O que critico é o
viés camufladamente político-esquerdista daquele discurso, propagando uma
insubordinação à hierarquia eclesiástica (Ef 4. 11-15). Uma pregação que já não
cuida de ovelhas, mas emite certificado de rebeldia a uma população carente de
instrução bíblica e tão aviltada pela desobediência humana (1Co 2. 11-16).
Há ainda que se considerar que
o orador a quem me refiro trata indistintamente pastores consagrados ao verdadeiro
ministério evangélico, portanto bíblico, com criadores de seitas espúrias como
Edir Macedo e todos os seus congêneres. A um bom historiador compete a clareza
de não misturar dados nem conceitos, a menos que sua intenção seja tão
conspurcada quanto a expressão dela.
Não admiro o viés político de
Ariovaldo Ramos; sobretudo, não aceito a mistura desse seu viés com a respeitosa
história da Igreja Evangélica Brasileira. Se na política há coronéis, é
necessário que o brasileiro se desvincule dessas raízes, a fim de vivermos uma
boa democracia. Se há coronéis dirigindo igrejas, é necessário fazer-se um
divisor de águas, entendendo que coronelismo não se confunde com ensino com
vistas à obediência ao que dispõe Palavra de Deus. Deus exige, cobra, não abre
mão da obediência humana. Será o Senhor Deus um coronel, caro orador?
¹ Base na pregação do Pr. Walter Brunelli, em 06/12/2015.
O homem determinou o que acha "bom" ou "mal".
¹ Base na pregação do Pr. Walter Brunelli, em 06/12/2015.
O homem determinou o que acha "bom" ou "mal".
Ev. Izaldil Tavares de Castro.
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