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“Celebrai
com júbilo ao Senhor, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria; e entrai
diante dele com canto” (Salmo 100. 1-2).
A
Bíblia trata da necessidade de que o homem sirva a Deus com alegria. O serviço
a Deus é uma forma de o homem louvar a grandeza do Senhor. Servir alegremente
ao Altíssimo é uma necessidade humana. Trata-se de uma necessidade intrínseca;
não pelo sentido de obrigatoriedade que a palavra encerra; mas pela percepção
que se tem das maravilhosas benesses dadas à humanidade por Deus.
Alegria é júbilo, contentamento, satisfação
extrema da alma; a alegria desperta a gratidão que toda alma vivente deve ao
Senhor. De Deus provém toda a boa dádiva para a humanidade. É comum que as pessoas
se acomodem no bem-estar; sintam-se imensamente felizes na contemplação da
exuberante Natureza que lhes inspira os mais admiráveis poemas; exultem nos
instantes de convívio feliz com seus semelhantes. Tudo isso leva o homem à exaltação
da beleza que o circunda; mas grande parte das pessoas não se comove para a
gratidão devida ao Doador de todo o bem.
O salmista Davi, o mais ilustre compositor e
cantor das maravilhas de Deus, assim se expressa:
“Eu te
exaltarei, ó Deus, rei meu, e bendirei o teu nome pelos séculos dos séculos e
para sempre. Cada dia te bendirei, e louvarei o teu nome pelos séculos dos
séculos e para sempre. Grande é o Senhor, e mui digno de louvor, e a sua
grandeza inescrutável. Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e
anunciarão as tuas proezas. Falarei da magnificência gloriosa da tua majestade
e das tuas obras maravilhosas. E se falará da força dos teus feitos terríveis,
e contarei a tua grandeza. Proferirão abundantemente a memória da tua da tua
grande bondade, e cantarão a tua justiça. Piedoso e benigno é o Senhor,
sofredor e de grande misericórdia. O senhor é bom para todos, e a suas
misericórdias são sobre todas as suas obras...” (Salmo 145. 1-9).
Não houve, nem há quem dedique louvores a
Deus mais do que o rei Davi. Não houve, nem há quem melhor do que ele compreenda
a necessidade que a alma tem de engrandecer a Deus com alegria.
“Servi ao
Senhor com temor e alegrai-vos com tremor” (Salmo 2.11).
A partir do que diz o versículo acima, não se
pode esquecer que o temor e o tremor são indispensáveis no serviço e na
adoração com que se cultua o Senhor. Mas, alegria se relaciona com temor ou com
tremor?
A palavra temor
raramente é compreendida em toda a possibilidade de seu significado, porque, em
geral, é tomada como sinônima de medo.
Isso, porém, não é verdade. Temor denota também grande “sentimento profundo de
reverência ou respeito” (Novo Dicionário Universal da Língua Portuguesa).
Trata-se, pois, da disposição com que devemos cultuar alegremente a Deus.
O versículo destacado emprega, também, a
palavra tremor. Cognata de tremer, em
geral, aplica-se ao sentido de perder forças diante de uma impossibilidade. Há
tremor causado por enfermidades que atingem o equilíbrio. Se o tremor pode
indicar um temor extremo, também pode sugerir a intensidade da reverência com o
sagrado. As palavras podem ser empregadas em sentido conotativo, isso é, em
sentido figurado.
Em português, temor e tremor formam-se,
praticamente, com os mesmos fonemas e mesma disposição deles, apenas com a inclusão
de um fonema vibrante /r/. Tem-se,
assim, uma sonoridade, que reforça os sentidos bem próximos. À vista da glória
de Deus o tremor é inevitável. Que homem não tremerá diante da magnitude
divina? Louvemos a Deus com o máximo de reverência e reconhecimento da
majestade e do mérito do Senhor. Louvemos a Deus com tremor: conscientes de
nossa enorme pequenez diante da sua imensurável grandeza.
Infelizmente, os conceitos aqui levantados
não são observados em muitas reuniões cristãs dominicais. É certo que o Senhor
não se tem agradado de muitos cultos, de muitos cânticos nessas reuniões.
Falta-nos, muitas vezes, a alegria verdadeira: a alegria que expressa a
consciência de que o Senhor é bom para toda a sua obra.
Falta-nos, quase sempre, a requerida
reverência extrema ao cultuar. Os horários de início dos nossos cultos não são
levados em consideração; não é raro que muitos crentes cheguem costumeiramente
atrasados ao templo. Tenho visto em alguns lugares que as pessoas só se
acomodam em seus lugares, quando o pastor anuncia o início do culto.
Nos primórdios da igreja pentecostal (e em
muitas tradicionais) os crentes chegavam ao templo algum tempo antes do horário
e ajoelhavam-se em oração durante aquele tempo. O pastor finalizava aquele
instante de comunhão com Deus, para iniciar o culto. Os tempos mudaram, ou
desapareceram a alegria e o temor de servir a Deus? Outrora, os assuntos sociais
ficavam para depois do culto.
Essa rotina de oração antecedendo as
atividades era observada em qualquer que fosse o assunto da reunião: estudos
bíblicos, ensaios de coros, entre outros.
A orientação da Palavra de Deus não se adapta
às mudanças da sociedade. Ela é perene; portanto, o que diverge dela,
fatalmente desagrada a Deus. Urge que as lideranças eclesiásticas orientem e
cobrem o cumprimento da integralidade da orientação divina.
“Agora, pois, temei ao Senhor, e servi-o com
sinceridade e com verdade... Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir
ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais...; porém, eu e a minha casa serviremos
ao Senhor” (Js 24. 14-15).
Ev.
Izaldil Tavares de Castro
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