“E de muitas coisas (Jesus) lhes falou por parábolas e dizia: Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, [...] outra parte caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram. [...] O que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo, e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera” (Mt 13.1-23).
Jesus ensinou grandes lições por meio de parábolas. Entre elas está a parábola do joio e do trigo, na qual o Senhor trata da semelhança entre um vegetal bom e útil (o trigo) e um vegetal (inútil) o joio. A semelhança é tanta que, caso se queira eliminar o joio no meio do trigal, há grande risco de se arrancar também o trigo. Jesus, então, diz que o melhor é esperar o tempo da colheita, já que o joio disseminado entre o trigo não dá grãos; logo, não dará prejuízo ao agricultor.
Mas, o Senhor propõe, também, a parábola do semeador. Nessa parábola estão apontados prejuízos ao semeador, porque as sementes caem em lugares indevidos; por isso, não vingam. Um dos problemas é o espinheiro, o qual sufoca a boa semente, matando-a definitivamente.
O mundo é a seara do Senhor. A Igreja é os seus semeadores, incumbidos de lançar a semente da Palavra de Deus, a fim de que essa seara produza os bons frutos. Entretanto, a boa semente é espalhada por todo o tipo de solo; assim, alguma cairá entre os espinheiros que a sufocarão. Jesus explica o que ocorre com cada tipo de solo que recebe a semente. Resumindo: quem são os espinheiros que, de posse da semente, dão a ela um tratamento destruidor?
A Igreja brasileira está, evidentemente, cercada de mercenários, homens inescrupulosos, que criaram sistemas ditos evangélicos (o que é mentira), para deles tirarem o máximo de lucro material. Por isso, os noticiários dão conta dos seus aviões, carrões importados, fazendas e palacetes, provindos do achaque descarado ao bolso de tantos que receberam a boa semente, nos quais, porém, a cupidez - que é o interesse pelos bens materiais – os sufoca e mata-os.
Na parábola do joio, a orientação é não arrancá-lo imediatamente. Mas, agora, cabe uma pergunta: devemos deixar crescer os espinheiros que afrontam a palavra de Deus, com suas quinquilharias: águas milagrosas, rosas ungidas, chapéus de boiadeiro que identificam a sua tribo, panos de saco e outras idiotices mais?
Ultimamente, um falso profeta “cara de pau” vem usando o nome de dois honrados servos de Deus, Gunnar Vingren e Daniel Berg, os quais fundaram no Brasil a respeitável igreja Assembleia de Deus, como se fossem os seus antecessores! E ficaremos amordaçados?
Essa erva daninha dos pseudoevangélicos tem crescido em proporção assustadora, à medida que lançamos a boa semente. Mas estamos misturando a lição do joio com a lição do espinheiro. Qualquer agricultor sabe que a terra espinhosa precisa ser lavrada antes da semeadura. Os espinheiros têm de ser removidos, para que não se perca a boa semente.
A Igreja está calada diante dos espinheiros desse neo-pentecostalismo fajuto, acovardada por causa de alguns líderes pusilânimes que afirmam “Deixem! A seara é do Senhor! Ele cuida!”. Isso é ser mau servo, mau lavrador. Fomos chamados para cuidar das ovelhas, mas temos permitido que os lobos se alimentem delas. Temos sido pastores covardes! Sem dúvida, prestaremos conta ao Senhor das ovelhas.
Precisamos estudar as duas parábolas propostas pelo Senhor Jesus e, com sabedoria, distinguir o joio (que existe e não deve, por ora, ser arrancado) do espinheiro, que deve ser combatido com veemência. Não serei eu quem dará, aqui, nomes aos bois; quero dizer aos lobos; quero dizer aos espinheiros. Decidam suas posições e vamos à obra!
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