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Não são poucas as pessoas que
usam versículos da Bíblia, a fim de “explicar” aquilo para que suas mentes
buscam uma justificativa. Parece fazerem da Bíblia uma caixinha de miçangas, de
onde a costureira pega um botão ou um colchete que lhe sirvam para resolver uma
situação imediata.
Poucos se dão o trabalho de
estudar o texto, buscando o contexto, não só do capítulo, mas do livro todo,
muitas vezes. Um versículo, uma frase, uma expressão pinçados do capítulo
provavelmente levarão a graves erros de interpretação como se vê à vontade, hoje,
nas mídias sociais. Aliás, essas mídias abriram uma ampla janela para a
detecção de quantas falhas existem, relativamente ao entendimento da Palavra de
Deus.
Fazer uma leitura
irresponsável da Bíblia não traz benefício a ninguém. Não são poucos os casos
de incentivo para que as pessoas “leiam” toda a Escritura; mas, quanta falha há
nessa orientação! A questão não é “ler” a Bíblia de capa a capa. A questão, em
princípio, envolve saber por onde começar a leitura, qual a melhor sequência
para a compreensão do todo? Levar em conta apenas essa providência inicial
também não atinge a finalidade maior da leitura; ainda que ajude.
Evidentemente a reverência, a
oração e a consagração nem precisam ser mencionadas nesta página. O que cabe
aqui, neste ponto, é a necessidade de se estudar uma importante matéria,
normalmente chamada de Princípios de Interpretação Bíblica. Professores de Escolas
Bíblicas não podem dispensar tal estudo!
A essa altura, uma muralha se
levanta: a Bíblia está, graças a Deus, à mão de pessoas com boa escolaridade, e
de outras, semialfabetizadas; por conseguinte, como orientar o indouto a uma
leitura e a um estudo acurado de interpretação bíblica? Não vejo como dar esse
rumo à orientação, por isso, sugiro a indiscutível necessidade da Escola
Bíblica, que pode ser dominical.
Aos escolarizados – de médio
para cima - a falta de estudo dos princípios de interpretação bíblica é ocorrência
generalizada e a falta de correção do problema, imperdoável.
Lê-se em algum lugar a defesa
do ataque àquilo que chamam (nem sempre acertadamente) de heresias. O perigo é
que esses “ataques” beiram à indução da perseguição, como se cristãos não
fôssemos! Existem os que lançam impropérios, criam apelidos com os nomes de
seus “inimigos”, e procuram justificar sua falta de civilidade com um versículo
que se registra no evangelho de Mateus 11. (Ver também Lucas, 16.16).
“E desde os dias de João Batista até agora, se faz violência ao Reino
dos céus, e pela força se apoderam dele...” (Mt 11.12)
Pronto, uma leitura desavisada
desse trecho tem levado pessoas à agressividade contra o próximo, porque
entendem que a oposição tem que ser feita “na marra”, à força! Ora, que vem a
ser tomar o Reino dos céus à força? Terá Jesus incitado seus servos à
violência? Ele mesmo disse, em outra ocasião, o seguinte:
“E ao que quiser pleitear contigo e tirar-te a vestimenta, larga-lhe
também a capa; e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas”
(Mt 5. 40-41).
Incoerência? Claro que não.
Tomar o Reino dos céus à força não é agredir a ninguém, mas sacrificar-se a si
mesmo, mortificar-se, carregando a cruz de cada dia. O apóstolo Paulo, em suas Cartas, orienta com clareza o que é
tomar o Reino dos céus à força. A força exigida na caminhada cristã é a do
caráter, da vontade, da decisão pessoal de não tornar atrás. Há promessa divina
para os que tomam o Reino dos céus à força:
“... Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos
ouça o que o Espírito diz às Igrejas: O que vencer não receberá o dano da
segunda morte” (Ap 2. 10-11).
Irmão, não deixe de frequentar
a Escola Bíblica em sua Igreja! Professores, assumam a enorme responsabilidade
do preparo para cuidar daqueles que se fazem discípulos. Não há outra maneira
de se verem comentários mais sadios àquilo que se posta nas atuais mídias
sociais.
Ev. Izaldil Tavares de Castro.
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