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QUE É CRÍTICA?
Nesta semana, postei na minha página do
Facebook uma reflexão que transcrevo:
“A
diferença entre o crítico e o encrenqueiro é que aquele levanta questões; este
levanta confusões. Na retaguarda do crítico sempre está um encrenqueiro”.
Em primeiro lugar, presumo que talvez
fosse mais simpático empregar a palavra “leigo” em vez de “encrenqueiro”; mas,
se o fizesse, não daria o tom pretendido na ocasião.
Posteriormente, alguns dos comentários
que li sobre aquela postagem mostram como a plurissignificação de uma palavra altera
sensivelmente a compreensão daquilo que se pretende dizer. Considerando-se que
toda escrita pressupõe um diálogo, é indispensável que se escreva com o máximo
de atenção ao interlocutor.
A maioria das pessoas atribui à palavra
crítica um sentido pejorativo: a crítica entra, quase sempre, para caixa da
rejeição. É latente em muitas pessoas a disposição para o “não aceito críticas”.
Essa disposição é uma forma de autodefesa que somente a educação pode alterar.
É necessário aclarar o melhor sentido da palavra crítica.
Criticar, a rigor, não é detratar a
ninguém, nem falar mal de suas ações ou convicções. Agir maldosamente em
relação a outrem é, no mínimo, deselegância, jamais uma atitude crítica.
Portanto, crítico é o estudioso que trabalha a avaliação séria, baseada em
princípios teóricos, lógicos e em boa razão, a fim de colaborar com a exatidão
e com a qualidade do objeto criticado. Crítica é um método de aperfeiçoamento.
Não há ciência sem crítica!
Entre muitos outros, ensina o
Dicionário on line da língua portuguesa:
“Crítica é a análise avaliativa de alguma coisa; ação de
julgar ou de criticar [...]
(Por ext.)
Avaliação negativa, censura, condenação;
(Por ext.) Exame
através (sic)
do qual se comprova a validade de um
documento;
Função ou
atividade que consiste na avaliação de uma obra científica, artística ou literária”.
Assim, no formato de minha publicação,
o adjetivo substantivado “crítico” deve ser compreendido nesse teor; jamais
como referência ao indivíduo que se põe a avaliar aquilo que desconhece. O crítico
sempre está munido de bons conhecimentos do assunto que critica: seja pertinente
à área científica, artística, social, filosófica ou teológica. Por isso, é-nos
incabível a condição de “crítico de qualquer assunto”. Temos limitações!
Aqueles que se manifestam com base no
senso comum sobre qualquer matéria correm o risco de iminente falha, e terminam
por engrossar a fileira dos que chamei encrenqueiros, ainda que a estes seja
acrescentada a má fé. A distinção entre o crítico, o encrenqueiro e o leigo é
flagrante.
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