Por Cintia Kaneshigue
escrevendo no Japão exclusivamente ao UBE Blogs
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Do outro lado da margem do rio Motoyasu, ao centro, edífico Genbaku - que resistiu à bomba e hoje é Patrimônio da Humanidade. |
No dia 6 de Agosto de 1945, há exatos 66 anos, aconteceu o maior crime de guerra já cometido no mundo (violação da Convenção de Haia). O bombardeiro B-29 da Força Aérea Americana, batizado de Enola Gay, lançou a primeira bomba atômica da história sobre Hiroshima. Os impactos atingiram 12 km², destruíram 90% da cidade. Três dias depois, Nagasaki também foi terrivelmente atacada, as duas bombas causaram a morte de cerca de 140 mil e 80 mil pessoas, respectivamente.
Em meio a Segunda Guerra Mundial, uma destruição humana sem precedentes, o governo americano decidiu por lançar sua bomba atômica Little Boy na cidade de Hiroshima.
Tenho que deixar aqui registrado que naquela época as forças armadas japonesas eram cruéis e desumanas, como relatado nas histórias de batalhas com a China. Até hoje, as questões mal resolvidas ainda geram conflitos entre os dois países
O Japão se mostrava um país totalmente arrogante na época em que as bombas explodiram. Por suas tradições vindas dos samurais, um código sinistro pairava na Nação. O de batalhar até o último soldado morrer, e o de suicidarem-se em caso de derrota.
Hiroshima era uma cidade sem valor militar, mas com grande valor industrial. Com população em cerca de 255.000 habitantes no momento da explosão, nada menos que 80.000 pessoas foram mortas instantaneamente, e 90% de toda a estrutura da cidade fora destruída por completo
Minha visita à Hiroshima
Há oito anos atrás visitei Hiroshima. Ao chegar lá, passamos por uma sensação estranha. É uma cidade moderníssima, totalmente planejada e muito bonita, mas que nos deixa com um sentimento de tristeza e angústia.
Por toda a cidade há referência ao passado. O lugar onde foi o epicentro da bomba, se tornou um parque, denominado Parque Memorial da Paz, onde ainda prevalece um edifício que não caiu quando a bomba explodiu.
O edifício que resistiu ao poder da bomba chama-se Cúpula Genbaku - a tradução de genbaku é bomba atômica. Ao anoitecer, essa construção recebe luzes coloridas de vários holofotes. Suas ruínas permanecem intactas, estão protegidas por alarmes e seguranças. O prédio Gembaku pertenceu à prefeitura de Hiroshima, era para ter sido demolido, mas hoje é patrimônio mundial e serve como a maior memória física dos japoneses - e do resto do mundo - sobre o lamentável ocorrido.
Segundo informações, o Museu Memorial da Paz é um dos poucos museus financiados integralmente pelo governo japonês. Quem o visita tem acesso à tragédia em informações disponibilizadas em nove línguas, entre elas o Idioma Português.
Entre imagens da destruição e maquetes feitas para ilustrar as perdas do povo japonês, podemos ver réplicas de corpos em estados deploráveis, vestuários e objeto que pertenceram às vítimas. Todas as imagens possuem resenhas contendo a história de cada uma delas.
Por toda a cidade há referência ao passado. O lugar onde foi o epicentro da bomba, se tornou um parque, denominado Parque Memorial da Paz, onde ainda prevalece um edifício que não caiu quando a bomba explodiu.
O edifício que resistiu ao poder da bomba chama-se Cúpula Genbaku - a tradução de genbaku é bomba atômica. Ao anoitecer, essa construção recebe luzes coloridas de vários holofotes. Suas ruínas permanecem intactas, estão protegidas por alarmes e seguranças. O prédio Gembaku pertenceu à prefeitura de Hiroshima, era para ter sido demolido, mas hoje é patrimônio mundial e serve como a maior memória física dos japoneses - e do resto do mundo - sobre o lamentável ocorrido.
Segundo informações, o Museu Memorial da Paz é um dos poucos museus financiados integralmente pelo governo japonês. Quem o visita tem acesso à tragédia em informações disponibilizadas em nove línguas, entre elas o Idioma Português.
Entre imagens da destruição e maquetes feitas para ilustrar as perdas do povo japonês, podemos ver réplicas de corpos em estados deploráveis, vestuários e objeto que pertenceram às vítimas. Todas as imagens possuem resenhas contendo a história de cada uma delas.
A menina Sadako Sasaki
No Museu Memorial da Paz, há uma sala dedicada exclusivamente para Sadako Sasaki, a garotinha que sobreviveu à bomba atômica mas morreu uma década depois, aos 12 anos de idade, diante de um quadro complicado de leucemia. Ela, como milhares de habitantes de Hiroshima e seus arredores, tornou-se uma "gembakusha", como os japoneses chamam os sobreviventes da bomba que a posteriori desenvolveram câncer e problemas de saúde devido ao contato com a radioatividade.
A fonde de águas
Ainda, segundo informações, em um dos corredores do Museu da Paz, existe a exposição de desenhos feitos por crianças na época do bombardeio, quando a cidade ainda estava sob o grande impacto do ataque nuclear. São rabiscos de pessoas andando em meio ao fogo e vários corpos flutuando pelo rio que corta a cidade
Na década de 60 do século passado, uma fonte de água foi construída no centro da cidade para lembrar as vítimas do bombardeio. Após o ataque, com a pele e os órgãos derretendo pela radiação, os japoneses expostos ao clarão se arrastavam e andavam sobre o chão quente em busca de água. Os cidadãos de Hiroshima foram orientados a não dessedentar ninguém, evitando contaminações. Então, muitas vítimas da bomba também morreram de sede. A fonte, erigida em cobertura de mármore, tem formato de um relógio que marca o horário em que a bomba explodiu - às 8h15. A fonte é uma especie de pedido de perdão do Japão, simboliza o ato de saciar a "sede eterna daqueles que morreram".
Na década de 60 do século passado, uma fonte de água foi construída no centro da cidade para lembrar as vítimas do bombardeio. Após o ataque, com a pele e os órgãos derretendo pela radiação, os japoneses expostos ao clarão se arrastavam e andavam sobre o chão quente em busca de água. Os cidadãos de Hiroshima foram orientados a não dessedentar ninguém, evitando contaminações. Então, muitas vítimas da bomba também morreram de sede. A fonte, erigida em cobertura de mármore, tem formato de um relógio que marca o horário em que a bomba explodiu - às 8h15. A fonte é uma especie de pedido de perdão do Japão, simboliza o ato de saciar a "sede eterna daqueles que morreram".
Todos perdemos
Há inúmeras histórias a serem contadas sobre os mortos e sobreviventes de Hiroshima,. A realidade é que ninguém lucrou nada com tanta desgraça, ninguém pode justificar as atrocidades cometidas pelos japoneses na guerra e nem o assassinato em massa de japoneses pelas bombas atômicas
O saldo das bombas nucleares, foi a rendição antecipada do Japão e 250.000 mortos.
O ponto positivo: depois de toda a atrocidade da Segunda Guerra, o Japão se tornou um país totalmente pacífico. Atualmente não há patrulhamento nas ruas com armas, o país tem um baixíssimo índice de criminalidade, e não há nem estatísticas de pessoas mortas por armas de fogo
Hiroshima tem lutado veementemente contra as usinas de energia nuclear, principalmente depois do incidente em Fukushima
A incansável força japonesa para se reerguer no pós-guerra foi surpreendente. O país que saiu derrotado, em poucas décadas se tornaria uma das maiores potências econômicas mundial. Hoje o drama é contra a central nuclear de Fukushima. Essa é uma circunstância que o povo japonês precisa vencer o mais rapidamente possível no século 21
Cintia Kaneshigue edita o blog Vivendo a Última Hora.
Atualização: 08 de agosto de 2011, 5h15.
mto bom, Cíntia, seu relato.
ResponderExcluirabs, apz.
wally.
brigadinha Wally!!
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