Por Jayson Casper
Cairo - Egito
Tradução e Versão: Carla Ribas
Sem medo da matança de 21 cristãos na Líbia, o diretor da Sociedade Bíblica do Egito enxergou uma oportunidade de ouro para o Evangelho.
Quem teme quem? A fileira vestida de laranja, vendo o paraíso aberto?
O novo folheto - Duas Fileiras na Areia - revela quão abertamente o material cristão circula hoje em dia no Egito. Considere o que pode ser encontrado na maior feira de livros árabe, que recebe 2 milhões de visitantes anualmente.
Em meio às centenas de estandes na 46a Feira Internacional do Livro do Cairo, realizada entre 28 de janeiro e 12 de fevereiro, a chamada do evangelho ressoou de dois camelôs microfonados.
Cairo - Egito
Tradução e Versão: Carla Ribas
Sem medo da matança de 21 cristãos na Líbia, o diretor da Sociedade Bíblica do Egito enxergou uma oportunidade de ouro para o Evangelho.
"Precisamos ter os folhetos das Escrituras prontos para distribuir para a nação assim que possível,"disse Tamez Atallah ao seu staff na noite em que um grupo ligado ao ISIS lançou o vídeo da sua horrível propaganda. Menos de 36 horas após o acontecimento, o folheto intitulado: Duas Fileiras na Areia (Two Rows by the Sea) foi enviado para impressão.
Uma semana depois, 1.65 milhões de cópias haviam sido distribuídas durante a maior campanha já feita pela Sociedade Bíblica, superando, inclusive, a marca de 1 milhão de folhetos distribuídos após a morte do Papa Copta, Shenouda III.
O folheto contém citações bíblicas sobre a promessa de bênção em meio ao sofrimento, juntamente com um comovente poema no idioma Árabe coloquial:
Quem teme quem? A fileira vestida de laranja, vendo o paraíso aberto?
Ou a fileira vestida de preto, com pensamentos malignos e violados?
"O design foi projetado para que o folheto fosse distribuído a qualquer egípcio sem causar ofensa," disse Atallah. "Para confortar os enlutados e desafiar as pessoas a comprometerem-se com Cristo."
A Sociedade Bíblica distribuiu os folhetos a todas as igrejas do Egito, porém, uma congregação foi além.
A Igreja Evangélica Isaaf, localizada bem no centro de uma das mais movimentadas ruas do Cairo, pendurou um cartaz na parede ao nível dos olhos dos pedestres. "Nós aprendemos com as palavras do Messias," lia-se com a imagem da bandeira do Egito ao fundo, "Amem os seus inimigos, façam bem aos que vos odeiam..."
O Pastor Francis Fahim afirmou que o cartaz servia para confortar todos os egípcios, muçulmanos e cristãos.
As decapitações efetuadas pelo estado islâmico na Líbia resultaram em uma simpatia sem precedente pelos cristãos egípcios, que tem encontrado uma crescente identidade comum com as linhas denominacionais. Os martirios também proporcionaram à Copta, uma plataforma para testemunho das realidades da sua fé, ao perdoarem publicamente os terroristas.
Mas o seu testemunho pode causar riscos. Antes das decapitações, a Fraternidade Muçulmana do Egito especulou em seu website que os coptas podem ter sido sequestrados por estarem evangelizando.
A afirmação era sem fundamento, mas o site da Cristianity Today (de onde foi traduzida essa notícia) examinou acusações similares em 2013 contra os cristãos na Libia logo após os primeiros martírios modernos coptas fora do Egito. Os detidos estavam de posse de materiais devocionais destinados à importante comunidade de trabalhadores migrantes de Copta.
Mas o seu testemunho pode causar riscos. Antes das decapitações, a Fraternidade Muçulmana do Egito especulou em seu website que os coptas podem ter sido sequestrados por estarem evangelizando.
A afirmação era sem fundamento, mas o site da Cristianity Today (de onde foi traduzida essa notícia) examinou acusações similares em 2013 contra os cristãos na Libia logo após os primeiros martírios modernos coptas fora do Egito. Os detidos estavam de posse de materiais devocionais destinados à importante comunidade de trabalhadores migrantes de Copta.
O novo folheto - Duas Fileiras na Areia - revela quão abertamente o material cristão circula hoje em dia no Egito. Considere o que pode ser encontrado na maior feira de livros árabe, que recebe 2 milhões de visitantes anualmente.
Em meio às centenas de estandes na 46a Feira Internacional do Livro do Cairo, realizada entre 28 de janeiro e 12 de fevereiro, a chamada do evangelho ressoou de dois camelôs microfonados.
"O Injeel por uma libra," anunciava um, referindo-se ao preço promocional do Novo Testamento árabe para o equivalente a 13 centavos.
"E um brinde para todos os visitantes", exclamava o outro, oferecendo um DVD do filme Jesus para todo observador curioso.
O estande pertencia ao serviço Serviço Espiritual para Publicação, (Spiritual Service for Publishing) (SSP), uma filial CRU e um dos dois distribuidores autorizados do filme Jesus para o Egito. Eles ocuparam uma ala central de destaque da feira, ao lado de, pelo menos, uma dúzia de outras editoras cristãs.
"Houve uma grande resposta à nossa presença na feira", disse Henain Ibrahim, diretor administrativo da SSP. "Embora o nosso público alvo não sejam os muçulmanos, que constitui a grande maioria no Egito, é natural que eles tenham sido o nosso maior numero de clientes."
Até o final da feira, a SSP tinha vendido mais de 7.000 Novos Testamentos e doado mais de 17.000 cópias do filme Jesus.
"Após as nossas duas revoluções [25 de janeiro de 2011 e 30 de junho de 2013], a relação entre muçulmanos e cristãos melhorou", disse ele. "Os muçulmanos começaram a querer saber mais sobre o cristianismo. Estamos aqui abertamente, não há problemas, e as pessoas estão vindo. "
A presença de editoras cristãs antecede as revoluções. A SSP vende o filme Jesus na feira desde 2008, e as editoras cristãs estão presentes desde o início dos anos 1990.
Mas a novidade é a sua ousadia. Após a remoção da Irmandade Muçulmana do poder, os cristãos têm experimentado uma visibilidade sem precedentes em praça pública. Mas a livre disponibilidade do filme Jesus contrasta de forma gritante com outras decisões recentes de censura.
Em dezembro, o Egito proibiu a exibição do filme Exodus: Deuses e Reis, citando a imprecisão histórica ao retratar os judeus como construtores das pirâmides. No mês passado, o governo restringiu publicações estrangeiras consideradas "ofensivas à religião", logo após a controvérsia Charlie Hebdo.
Desde que começou, em 1969, a Feira do Livro do Cairo tem sido o local de significativa controvérsia, ora promovendo a liberdade de pensamento, ora restringindo-o. Protestos são comuns.
A feira deste ano foi calma, já que o governo do Egito está empenhado em acabar com o caos dos anos revolucionários. Ibrahim contou que um punhado de pessoas tentou perturbar os visitantes do estande da SSP, advertindo-os a não aceitar os panfletos. Mas os oficiais da segurança rapidamente os colocaram para fora.
Mas as autoridades de segurança também pediram que ele desligasse os microfones, e mantivesse a distribuição dentro do estande. Ibrahim obedeceu. Alguns começaram a resmungar, e a imprensa local ficou dividida.
Em geral, a distribuição de livros e vídeos cristãos é aceita no Egito, desde que os materiais não abordem diretamente o Islã e não sejam distribuídos fora das livrarias designadas.
"Alguns pensam que a liberdade no Egito lhes permite expressar-se sem restrições", disse Atallah. "Mas isso deve ser feito com sabedoria para garantir as portas abertas para os cristãos em longo prazo."
Porque os cristãos não são completamente livres, alguns forçam limites, enquanto outros procuram ministrar prudentemente dentro deles. Ambas as abordagens foram empregados entre os participantes da feira.
A Sociedade Bíblica, que oferece 700 produtos, participa da feira desde 1996. Sua mais nova oferta é um livro de mesa-de-café do Sermão da Montanha.
"Nosso objetivo é tornar as Escrituras acessíveis a ambos, os cristãos sem igreja e os muçulmanos interessados", disse Atallah, descrevendo o último como uma "minoria significativa" de seus clientes. "Mas nós somos mais responsáveis por todas as igrejas do que os registradas como empresas privadas ou que estão no ministério eclesiásticos."
Enquanto os cristãos no Egito são gratos pela recém-descoberta a seu favor, Atallah pede cautela. A liberdade que desfrutam atualmente não é completa, nem totalmente segura.
"O preço para manter o Egito livre dos islamistas tem sido à custa dos direitos humanos recém-adquiridos", disse ele. "Apesar de a grande maioria dos egípcios apoiar esta "guerra" aos extremistas islâmicos, a única maneira de executá-la seria retornar a um estado policial regido pelo exército."
Atallah continua otimista, mas mede as palavras com cuidado. A Feira do Livro é uma oportunidade, e os assassinatos no Estado Islâmico uniram sociedade. Folhetos evangelísticos são bem-vindos hoje, enquanto os livros da Irmandade são proibidos. Mas há apenas dois anos, o presidente da irmandade Mohamed Morsi abriu a feira do livro. O pêndulo pode oscilar para ambos os lados.
"Estamos aqui há 130 anos", disse Atallah da Sociedade Bíblica, que recentemente abriu sua 15ª filial no Egito. "Queremos estar por aqui pelos próximos 130, e disponibilizar a Bíblia para quem quiser."
[Abaixo, os folhetos da sociedade Bíblica em Inglês e Árabe.]
Fonte: christianitytoday.com
www.ubeblogs.net
Parabéns a toda equipe da UBE! o blog está excelente e a artigo esta D+! que Deus abençoe a todos que estão lendo essa mensagem amém!
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