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As mídias sociais vêm-se
tornando um campo minado. É certo que por elas fica garantido o direito de expressão
a todo cidadão. Atualmente aborda-se todo e qualquer assunto (quer se domine ou
não, isso pouco importa); comenta-se o que bem se entende, e sente-se o gosto
do pleno exercício da cidadania e do direito individual. Mas, parece que não é
bem assim!
Diz um velho adágio popular,
também usado pelo ilustre Machado de Assis: “Não vá o sapateiro além das
sandálias”, em latim, “Ne sutor ultra crepidam”. Mas, hoje, há sapatarias inteiras a opinar sobre
assuntos que nem de longe lhes dizem respeito. O importante é “o que eu acho”
sobre o assunto.
Aí é que está o perigo: quem
acha não sabe; logo, que se cale! Quem acha não comenta, pois não tem comentário
a fazer, e isso não é vergonhoso. Vergonhoso é meter-se em lugar não lhe cabe.
Numa democracia, a expressão é politicamente livre; mas, eticamente restrita.
Nos assuntos relativos à
igreja evangélica, as pessoas apossaram-se de tal liberdade de “opinião” que
chega a depor contra o bom senso evangélico brasileiro. Muito crente calado
passa por maçã de ouro em salva de prata! Muitos envergonham o próprio
cristianismo que intentam defender.
Hoje tudo se faz e tudo se
expõe em nome de um “evangelho”. Bem por isso, Paulo, aconselha sobre os
evangelhos (e evangélicos) anátemas. Por causa disso, fala-se, prioritariamente,
mal de todas as igrejas, de todas as doutrinas (sejam adequadas ou não).
Achincalham-se, praticamente, “todos” os pastores, desde que não se comungue
com as orientações deles. Ora, se alguém se recusa a ser membro de uma igreja
por discordar de orientação religiosa ou bíblica, basta a recusa, mas não cabe
fazer comentários tão absurdos com absurdos são certos comportamentos ditos eclesiásticos.
Não há dúvida de que este país
está infestado de falsas igrejas evangélicas, não há dúvida de que há
lideranças ridículas que arrebanham gente insana. Porém, que a crítica a tudo
isso seja pertinente, apologética, baseada na doutrina bíblica. Enfim, a
crítica deve ser feita por críticos, não por neófitos carregados de vaidade
pseudoteológica.
A Bíblia relata a passagem do
joio semeado no trigal (Mateus, 13.25). O pai de família não permitiu que seus
empregados ceifassem o joio para não arrancarem também o trigo, o que seria
prejuízo. Porém, muitos querem bombardear publicamente e por motivos menos importantes
a “seara alheia”. Que há joio há! Mas está alguém autorizado a mexer na
plantação? Muitos dizem que vão tirar “daquela seara” o trigo, para que não se
contamine. Ora, se é trigo, não se contaminará com o joio. “Deixai-os, até que
os ceifeiros autorizados façam a limpa” diz o pai de família.
Também a Bíblia relata as
palavras de Jesus a respeito daqueles que pretendem apontar o cisco no olho do
vizinho, quando, na verdade, têm uma venda em seus próprios olhos. É bom pensar
e ouvir o ditado: “Sapateiro, não passe das sandálias!”.
Ev. Izaldil Tavares de Castro.
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