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A tecnologia da comunicação tem afetado todo o sistema de relacionamento social no mundo. Muitas pessoas não contam com a proximidade de dez amigos, mas contam centenas (ou milhares) de amigos (?) virtuais. Entre o indivíduo e a proximidade com o semelhante está a moderna "tecnologia da amizade".
Diz o Salmo 133.1: "Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!" Evidentemente o salmista não dispunha dos aparelhos e das tecnologias à disposição deste tempo. Todavia, já saboreava a vida social entre os irmãos. E conclui: "Porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre" (v.5).
A Bíblia também diz que nos últimos tempos "o amor de muitos esfriará". Ouso dizer que as relações meramente virtuais são uma forma de um amor frio, petrificado, ausente do outro, fingido e não profundo. O cristão sabe que o amor não deve ser fingido.
É pratica comum entre nós evitar a exposição da verdade em que sempre estamos mergulhados; por isso, ficou estabelecida a resposta clichê dada a pergunta sobre como se está: "Tudo bem!", a qual alivia qualquer responsabilidade do outro quanto à nossa realidade. Mas, continuamos "grandes" amigos no facebook!
Outro problema que vem engolfando os membros de quase todas as igrejas são os grupos sociais sem objetivo específico. Dão-se belos nomes a isso: "Homens em comunhão"; Mulheres Unidas", "Jovens de Cristo", entre outras verdadeiras camuflagens que evitam a verdadeira união. Os mesmos participantes dos grupos, não raro, deixam de cumprimentar-se nas igrejas que frequentam.
Outro grande problema é a porta que nisso se abre para a divulgação de fofocas, ou de mensagens não filtradas pela doutrina bíblica, opostas ao ensino que emana dos púlpitos. Não há dúvida de que o diabo anda der olho nesse espaço também, a fim de implantar o que é indevido e causador de confusão.
Devo esclarecer, neste ponto, que não me oponho a relacionamentos nas mídias sociais, mas eles só são válidos se banhados pelo verdadeiro amor cristão e sujeitos a finalidade claramente definida. Nesse caso, qualquer intromissão fora do padrão estabelecido deve ser coibida.
O amor cristão não se revela nas formas frívolas de tratamento, tão comuns entre algumas irmãs, quais sejam "minhas amadas", "queridinha" etc. É necessário perceber o cheiro de falsidade que essas formas petrificadas de linguagem exalam. Quando os apóstolos se dirigiam às igrejas, tratavam os conservos com a expressão "amados", mas o conteúdo de suas mensagens garantiam o tratamento. Os "amados e amadas" devem, de fato, ser amados!
É mister que se dê menos valor ao expediente nas mídias sociais, e se aplique mais atenção ao contato pessoal. As igrejas estão lotadas de pessoas que carecem de abraço, de aproximação, de cuidado cristão, que o facebook não é capaz de suprir.
É mister que o "amor seja não fingido"; seja o nosso olhar, prioritariamente, posto no olhar do irmão; não na tela do aparelho. Vale a pena atentar para o perigo do duvidoso "amor cristão virtual", mormente nos grupos sem finalidade mais específica que se vêm formando entre os irmãos.
"Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. [...] E perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar" (At 2.44; 46-47).
Vale lembrar o que disse, numa conversa com meu pai, há muitas décadas, um irmão alegre por ter-se convertido a Cristo: "A Bíblia educa, instrui e civiliza".
Ev. Izaldil Tavares de Castro.
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