A norma culta da língua faz exigências quanto ao emprego dos pronomes pessoais oblíquos (átonos ou tônicos; consulte tabela numa gramática). Esses pronomes exercem, basicamente, a função de complemento do sentido de um verbo, ou seja, podem funcionar como objeto direto ou indireto (questão pertinente à regência verbal). O pronome “lhe” jamais funcionará como objeto direto.
OBJETO DIRETO: Complemento do verbo, sem preposição. Exemplo: Comprei > laranjas.
OBJETO INDIRETO: Complemento com preposição necessária. Exemplo: Gosto>de>laranjas.
Então, não use o pronome “lhe” como complemento de verbos que pedem objeto direto.
Observe as seguintes formas inadequadas:
Eu lhe amo. Verbo amar pede O.D. Corrija para: Eu a amo/Eu o amo.
Vim lhe ver. Verbo ver pede O.D. Corrija para: Vim vê-lo/Vim vê-la.
Quero lhe cumprimentar. Verbo cumprimentar pede O.D. Corrija para: Quero cumprimentá-lo.
Assim acontece com os verbos: pagar (um débito); perdoar (um erro); namorar (uma pessoa)
beijar, abraçar, entre outros.
Obs.: A norma culta não admite a forma “ namorar com...” Evite a preposição; namore alguém!
O pronome “lhe” será objeto indireto com os seguintes verbos:
Obedecer = obedeço-lhe; pagar (a uma pessoa) = pago-lhe; perdoar (a uma pessoa) perdôo-lhe. Há verbos que exigem os dois complementos (O.D.+O.I.). Nestes casos, é necessário cuidado, pois não se acumulam dois complementos de mesma função. Veja os exemplos:
Entreguei-lhe os presentes/Entreguei-o ao aluno.
O.I, O.D O.D. O.I.
Avisei- os do problema. / Avisei- lhes o problema.
O.D. O.I. O.I. O.D.
Como você viu, um será objeto direto; outro objeto indireto (lhe).
Se achar difícil, estude! Enquanto isso, evite o uso do “lhe”, para não fazer feio!
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E vamos aproveitar o espaço para dar mais dicas práticas sobre o correto uso da língua.
Nossa língua: acertos:
A) Nossa língua:
erros:
1. Tenho "certeza que"
ele falará.
2. Quanto "custou" esses
projetos?
3. "Com nós" ninguém
falou.
4. Vossa Excelência
"podeis" contar comigo.
Nossa língua: acertos:
1. Tenho "certeza de
que" ele falará.
2. Quanto "custaram"
esses projetos?
3. "Conosco" ninguém
falou.
4. Vossa Excelência
"pode" contar comigo.
B) Nossa língua: erros:
1. "Mantei" a calma,
senhores!
2. A mulher "entretia"
as crianças.
3. Se você "pôr" a mão,
ajudará.
4. Quando você "ver"
isso, ficará arrepiado.
Nossa língua:
acertos:
1. "Mantende" a calma,
senhores!
2. A mulher "entretinha"
as crianças.
3. Se você "puser" a
mão, ajudará.
4. Quando você "vir"
isso, ficará arrepiado.
C) Nossa língua:
erros:
1. Ali "haviam" muitos
problemas.
2. Se ele "manter" a
proposta; aceito.
3. Na aula, "tinha" dez
alunos.
4. Quero que você
"esteje" aqui.
Nossa língua: acertos:
1. Ali "havia" muitos
problemas.
2. Se ele "mantiver" a
proposta; aceito.
3. Na aula, "havia" dez
alunos.
4. Quero que você
"esteja" aqui.
D) Nossa língua: erros:
1. Nesse calor, as pessoas
"soam" muito.
2. É "mais" preferível
ouvir "do que" falar.
3. Isso me dá "muita"
dó.
4. "O alface" dá sono.
Nossa língua:
acertos:
1. Nesse calor, as pessoas
"suam" muito.
2. É "preferível ouvir a
falar".
3. Isso me dá "muito"
dó.
4. "A alface" dá sono.
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